As autoridades mineiras deflagraram nesta terça-feira (2) uma operação contra um esquema de sonegação que teria desviado mais de R$ 220 milhões dos cofres públicos. Entre os investigados está o publicitário Marcos Valério, condenado por atuar como operador do Mensalão.
As ações foram conduzidas pela Receita Federal, pelo Ministério Público de Minas Gerais e pela Polícia Civil. Segundo os órgãos, o grupo é suspeito de montar uma estrutura voltada à fraude tributária envolvendo atacadistas, redes de supermercados e empresas do varejo no Estado.
Durante o cumprimento dos mandados, agentes recolheram celulares, computadores, documentos e veículos de alto valor usados para mascarar a origem do dinheiro. As buscas ocorreram na Região Metropolitana de Belo Horizonte e em municípios do Centro-Oeste mineiro.
Segundo o Ministério Público, as investigações duraram mais de um ano e meio. Nesse período, os investigadores identificaram um sistema de empresas de fachada criadas para simular operações interestaduais e ocultar o pagamento de ICMS, tanto o próprio quanto o devido por substituição tributária.
Com essas manobras, os envolvidos diminuíam artificialmente o preço de produtos, ampliavam seus lucros e desequilibravam a concorrência. Além disso, o grupo teria retido tributos que deveriam ser repassados ao Estado, incorporando esses valores ao patrimônio dos integrantes da organização.
O Ministério Público afirma que os crimes apurados incluem organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. As perdas estimadas para Minas Gerais superam R$ 215 milhões e atingem diretamente o financiamento de políticas públicas e serviços essenciais.
