Lenin perde a cabeça no avanço da Ucrânia sobre Sudzha. O monumento na praça Central foi demolido. O pedestal ficou vazio. No jornal La Libre, da Bélgica.
“Faça a América Pensar Novamente” no lugar de “Faça América Grande Novamente” é o humor na capa do jornal suíço Le Temps.
O excesso de turistas está na capa dos jornais El Pais, da Espanha, e Die Welt, Alemanha.
Impasse em Gaza vence EUA, Egito e Catar
Ironia do jornal israelense Haaretz ante o otimismo dos EUA e o impasse nas negociações de cessar-fogo em Gaza:
“Os EUA ouviram Netanyahu dizer sim a um acordo para Gaza. Ele não disse”.
O primeiro-ministro Netanyahu não desiste de ter o controle do Corredor Filadélfia, entre Gaza e Egito, e o Hamas não aceita a presença militar israelense para o acordo de cessar-fogo e troca de reféns por prisioneiros palestinos.
Os familiares de 109 reféns ainda em Gaza, dos quais 36 podem estar mortos, protestaram contra Netanyahu em Tel-Aviv, diante do Ministério de Defesa. Exigem que ele assine um acordo, já. O jornal Haaretz publica nesta quarta-feira que “Netanyahu prefere reféns em sacos (mortos) do que arriscar sua vida política”.
A nona viagem do secretario de Estado Antony Blinken a Israel, Egito e Catar, que começou com o anúncio de que “Netanyahu tinha aceitado o acordo”, acabou sem se falar mais da cúpula da próxima sexta-feira, na qual o acordo deveria ser anunciado. A volta à estaca zero pode significar que o Irã vá agora retomar seus preparativos para se vingar de Israel pelo assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. O Hamas está convocando uma grande manifestação de palestinos, na sexta-feira, para “defender Gaza, Jerusalém e Al Aksa” — nesse dia, em 1969, um australiano destruiu partes da estrutura da mesquita, o terceiro local mais sagrado do Islã.
O governo israelense estava organizando um memorial para o próximo 7 de outubro, o primeiro aniversário dos ataques do Hamas. As comunidades que foram devastadas anunciaram que não vão cooperar. O kibutz Nir Oz divulgou um comunicado: “Enquanto enterramos nossos mortos que foram assassinados no cativeiro do Hamas, não é surpreendente que o governo israelense e seu chefe tenham pedido aos membros do kibutz para participar da cerimônia. O cenário da cerimônia é um lembrete do maior fracasso que já ocorreu ao Estado de Israel. Aquele que destruiu completamente a nossa confiança não pode obscurecer isso por meio de cerimônias e nos usar como figurantes”.
Os tiroteios com foguetes entre o Hezbollah e Israel, na fronteira com o Líbano, atingiram a “Capital das Colinas do Golã”, Katzrin, uma cidade de 7.876 habitantes povoada desde os períodos romano, bizantino e islâmico, e destruída por um terremoto no século VIII. Algumas casas foram destruídas. Um homem ferido. Quem apareceu lá para protestar e pedir respostas israelenses mais duras contra o Hezbollah foi o ministro da Segurança Nacional, Ben-Gvir, de extrema-direita, que quer anexar toda a Cisjordânia e é contra qualquer acordo com o Hamas em Gaza.
No Teheran Times: a retaliação está chegando. No Jlem Post: Israel quer controle do Corredor Filadélfia
Nova pesquisa conclui que Sudário é do tempo de Cristo
O Sudário de Turim é da época de Jesus Cristo, anuncia a revista Heritage, baseada em estudo do Instituto de Cristalografia do Conselho Nacional de Pesquisa, da Itália.
O tecido de linho com uma fraca imagem de um homem foi feito há 2 mil anos, período em que viveu e morreu Jesus Cristo. Por uma datação anterior, o Sudário seria dos anos 1260 a 1390 e não poderia ter envolto o corpo de Cristo, antes que fosse enterrado.
O principal autor do novo estudo, Liberato De Caro, não discute se a imagem no tecido é ou não a de Jesus. Ele explica que inspecionou as degradações estruturais dos fios de linho por meio de uma técnica conhecida como dispersão de raios X de ângulo amplo, chegando a resultados “totalmente compatíveis” com medições obtidas em registros históricos.
Jesus foi crucificado em 33 d.C, segundo o calendário Juliano, passagens bíblicas e evangelhos da época, ou a 1.991 anos atrás, data agora atribuída ao Sudário, 2 mil anos. A história documentada do Sudário remonta a 1354 e é a reconhecida desde 1578 pela Capela do Santo Sudário em Turim, na Itália.
Em 1389, o bispo de Troyes, Pierre d’Arcis, teria denunciado que o Sudário era falso, identificando quem o fez. Mas a Igreja e os crentes acreditam que a mortalha de 4,4 metros por 1,1 metros cobriu o corpo de Jesus Cristo e ficou marcada pela imagem dele. O pesquisador Liberato De Caro considera que a pesquisa anterior mais séria, por radiocarbono, em 1988, “não seria confiável”. Ele recomenda mais estudos, porque o resultado a que chegou sua equipe requer que o Sudário tenha sido mantido sob condições específicas, 20-22,5 graus de temperatura e umidade relativa de 55-75%, durante 13 séculos.
Biden e Harris tentam salvar acordo de Gaza com Netanyahu
O presidente Biden e sua vice Kamala Harris falaram ao telefone com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, numa tentativa de salvar o “acordo da última chance” para o cessar fogo e libertação de reféns em Gaza.
O secretário de Estado Antony Blinken estava otimista em concluir o acordo depois de um encontro de mais de três horas com Netanyahu, na segunda-feira. Ao sair para o Cairo, ele surpreendeu os israelenses declarando: “Israel aceitou o acordo”.
Teria sido um mal-entendido? Algo que Netanyahu disse em inglês, mas não confirmou em hebraico? A posição do governo israelense, na verdade, não tinha sido alterada em nenhum momento: Israel não desiste em ter o controle sobre o Corredor Filadélfia, na fronteira de Gaza e Egito. E o Hamas não aceita a presença militar israelense para libertar os reféns num período de cessar-fogo.
Já na segunda-feira, quando negociadores israelenses foram ao Cairo continuar a reunião no Catar, na sexta-feira, levaram mapas para especificar as posições que Israel manteria no Corredor Filadélfia. Mas os egípcios sequer quiseram vê-los, contrários a que Israel monitore a sua fronteira, o que, inclusive, violaria os acordos de Camp David, a paz com o Egito assinada entre o presidente Anuar Sadat e o primeiro-ministro Menachem Beguin, ambos já mortos.
A imprensa israelense ironizou o otimismo de Blinken, que voou de sua nona visita ao Oriente Médio para Washington. O Hamas acusou os EUA de adotar as exigências de Israel para o acordo. Os familiares dos 109 reféns em Gaza protestaram diante do Ministério da Defesa. O jornal Haaretz publicou que Netanyahu prefere receber os reféns em sacos, mortos, do que arriscar o cargo para libertá-los (a extrema-direita, parte de sua coligação no Parlamento, ameaça retirar a sua maioria, deixando-o à mercê da oposição, então majoritária, se ele fechar o acordo, qualquer acordo com o Hamas.)
A deputada democrata somali-americana Ilhan Omar criticou duramente o secretário Blinken. “Agora se perguntem-se: como é que o nosso secretário de Estado viaja 11 vezes (foram nove vezes) implorando pelo fim de uma situação, para que realmente tenhamos continuado a fornecer as bombas e as armas que estão a criar essa situação?” E acrescentou: “Como permitimos, onde está o nosso patriotismo? Onde está a nossa dignidade? Como permitimos que o nosso secretário de Estado entre em Israel, diga que estamos perto de garantir um cessar-fogo pela 11ª vez (9ª vez), e partir para o Egito, apenas para [o primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu logo depois dizer à imprensa que não vamos aceitar um acordo que ponha fim a esta guerra. Como não nos envergonhamos de que essa seja a humilhação que os representantes da nossa administração enfrentam”.
Até o final da noite, no horário de Israel, não houve reação do governo israelense ao telefonema de Biden-Harris para Netanyahu.