Moises Rabinovici: Rússia, calor e incêndio são os assuntos que dominam os jornais internacionais

São três os assuntos dominando as capas da imprensa internacional: a invasão da Ucrânia à Rússia, que “humilha” Putin; o calor mortal na Europa e nos EUA; e o incêndio às portas de Atenas.

Rússia
O presidente Vladimir Putin ordenou que suas tropas “expulsem o inimigo” do território russo. O comando militar ucraniano informou que já controla cerca de 700 quilômetros quadrados na Rússia. Mais de 180 mil pessoas foram alertadas a se retirarem e 121 mil já partiram.

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Calor
As alterações climáticas aumentam o calor no verão europeu e estadunidense. Nas grandes cidades, edifícios, estradas e calçadas irradiam mais calor do que grama e árvores, segundo a CNN internacional. São as ilhas de calor urbano. Nelas, os termômetros podem subir 20 graus extras. Os incêndios irrompem em várias partes do mundo, mas na Grécia o fogo está chegando a Atenas.


Paz em Gaza,ou ataque do Irã.

O Irã parece ter se juntado aos países que pressionam Israel por um acordo de cessar-fogo em Gaza, nesta quinta-feira, no Catar. Três altos funcionários iranianos relataram à agência de notícias Reuters que “só um acordo poderá impedir uma retaliação direta contra Israel”.
A questão é saber se o Irã vai esperar a reunião daqui a dois dias para sua prometida retaliação pelo assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, em 31 de julho. Como não há resposta, Israel e Estados Unidos estão no pico de sua prontidão máxima, como se um ataque sejas iminente.

Um ataque iraniano era esperado nesta terça-feira, dia em que os judeus lamentaram várias catástrofes que ocorreram dos tempos bíblicos até hoje, o 9 do mês hebraico Av, o “Tisha B’Av”, principalmente a destruição de seus dois templos em Jerusalém, pelos babilônios e romanos.

O acordo de cessar-fogo em Gaza e troca de reféns por prisioneiros palestinos chegou no “momento final”, para a Casa Branca. O presidente Joe Biden quer concluí-lo, tanto quanto os familiares dos reféns, há dez meses protestando contra o que consideram má vontade de leva-lo adiante do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A percepção de israelenses é a de que Netanyahu vem protelando um acordo porque, se concluído, encerrada a guerra, ele deverá cair, voltando a ser réu em dois processos por suborno e corrupção. Para a nova rodada de negociações, ele teria acrescentado cinco novas condições, segundo denunciou nesta terça-feira o jornal New York Times. Houve outros precedentes, denunciados pela própria equipe de negociadores israelenses.

O ministro da Segurança Nacional, Ben Gvir, foi rezar nesta terça no Monte do Templo, onde está a mesquita de Al Aksa. É uma provocação ao mundo árabe. Em cima do Muro das Lamentações, a esplanada da mesquita, local de onde Maomé teria subido aos céus em seu cavalo alado, é proibida a entrada de judeus para orações. Policiais estavam presentes, mas não o impediram, porque ele o chefe da Polícia. O gabinete do primeiro-ministro divulgou uma nota: “Não existe nenhuma política privada de nenhum ministro no Monte do Templo – nem do ministro da Segurança Nacional, nem de qualquer outro ministro. Este sempre foi o caso em todos os governos israelenses.”

Mas Ben-Gvir é desafiador e provocador. Ele garante a maioria do primeiro-ministro no Parlamento. Se sair, ele cai — mas também os ultraortodoxos não serão reeleitos, desfrutando o poder como atualmente. Na semana passada, Ben Gvir foi destacado pela Casa Branca como um obstáculo à paz. Ele não quer acordo de cessar-fogo e é autor de um plano para anexar a Cisjordânia, a qual chama pelos nomes bíblicos de Judea e Samaria, a Terra Prometida por Deus ao povo judeu.

Com 312 dias de guerra em Gaza, cerca de 40 mil mortos palestinos, segundo o Ministério da Saúde, o Hamas conseguiu, nesta terça-feira, lançar um foguete que cruzou Tel Aviv e foi cair no mar, pela primeira vez desde maio. Outro foguete não passou do próprio território de Gaza. Os alarmes não soaram. Essa capacidade do Hamas de continuar atirando dá razão ao ministro da Defesa, Yoav Gallant, na nova diatribe pública com Netanyahu. Para ele, não existe “a vitória total” a que se refere o primeiro-ministro para dar a guerra por encerrada.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, voltou a se comunicar com seus subcomandantes, depois de sumir desde o assassinato de Ismail Hanyieh, segundo notícia no jornal saudita Asharq Al-Awsat. Talvez por isso o Catar informou que haverá uma delegação do Hamas na reunião para o acordo de cessar-fogo em Doah, na quinta-feira. O secretário de Estado Antony Blinken está voltando ao Oriente Médio esta semana e falou nesta terça-feira com o chanceler da Turquia, Hakan Fidan, sobre a importância de “um cessar-fogo imediato e duradouro em Gaza e a libertação de todos os reféns”.

Enquanto não há cessar-fogo, Israel continua suas incursões ao sul de Gaza, deslocando já palestinos deslocados para de novo atacar Khan Yunis, onde denuncia a volta de terroristas do Hamas. Na fronteira norte, os tiroteios entre israelenses e o Hezbollah prosseguem, como já se tornaram rotina.

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