O governo dos Estados Unidos decidiu isentar celulares, computadores e outros eletrônicos das novas tarifas de importação impostas à China. A medida, anunciada na noite de sexta-feira (11), alivia o impacto da guerra comercial para consumidores e empresas de tecnologia como a Apple.
Com a decisão, produtos fabricados na China, como o iPhone, ficam de fora da tarifa de 145% que havia sido confirmada um dia antes pelo presidente Donald Trump. Também foram retirados da lista itens como semicondutores, cartões de memória e células solares, que não são produzidos em larga escala no território americano.
Analistas avaliam que, sem a isenção, os preços de celulares e computadores poderiam subir significativamente nos Estados Unidos. Segundo a Wedbush Securities, um iPhone montado no país custaria até três vezes mais que o atual, chegando a 3 mil dólares por unidade. O Bank of America estima que só os custos trabalhistas elevariam em 25% o gasto com a fabricação do aparelho.
A Apple ainda concentra cerca de 90% da sua produção na China, e transferir essa cadeia para os Estados Unidos seria caro e demorado. Estimativas apontam que realocar apenas 10% da operação levaria três anos e custaria cerca de 30 bilhões de dólares.
Apesar disso, o governo americano pressiona por uma reindustrialização. A Casa Branca citou o plano da Apple de investir 500 bilhões de dólares nos EUA até 2028 como sinal de compromisso. Mas o projeto prevê centros de dados e avanços em inteligência artificial, e não a montagem de iPhones no país.
A isenção ocorre em meio à escalada das tensões comerciais entre EUA e China. Em resposta às tarifas de Trump, o governo chinês aumentou para até 125% as taxas sobre produtos americanos.