A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo indiciou 17 policiais por envolvimento na escolta ilegal e no assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O inquérito policial militar foi finalizado e encaminhado ao Tribunal de Justiça Militar. O crime ocorreu em novembro do ano passado, em frente ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e foi registrado por câmeras de segurança.
Entre os indiciados, 12 foram responsabilizados por organização criminosa, enquanto um policial respondeu por falsidade ideológica e prevaricação. Outros três agentes – o cabo Denis Antonio Martins, o soldado Ruan Silva Rodrigues e o tenente Fernando Genauro da Silva – foram apontados como autores diretos da execução. Eles também já haviam sido indiciados pela Polícia Civil por homicídio qualificado e permanecem presos.
Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março de 2024. Ele revelou detalhes de um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC e denunciou policiais civis por extorsão. Oito dias antes de ser morto, prestou depoimento à Corregedoria da Polícia Civil. As informações entregues por ele permanecem sob sigilo judicial.
Relembre o caso
Vinícius Gritzbach, de 38 anos, foi executado com 10 tiros no dia 8 de novembro de 2024, por volta das 16h, na saída da área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Câmeras de segurança registraram o momento em que dois homens desceram de um carro preto e abriram fogo contra o empresário, que voltava de viagem com a namorada. Três pessoas ficaram feridas. Os autores seguem foragidos.
A Polícia Civil apurou que foram feitos ao menos 29 disparos com armas de diferentes calibres. Gritzbach foi atingido no rosto, tórax, costas, braços e pernas. Um fuzil e uma pistola foram localizados a cerca de sete quilômetros do local do crime, próximo ao carro usado pelos atiradores. A perícia ainda não confirmou se as armas apreendidas foram usadas na execução.
Gritzbach havia firmado acordo de delação com o Ministério Público de São Paulo, no qual implicava integrantes do PCC e policiais civis. Entre os citados, estava um delegado do DHPP acusado de extorsão. Ele também delatou agentes do Denarc, o que levou à prisão de dois policiais. Apesar de ter recusado proteção oficial, o empresário contratou quatro PMs para sua escolta. Nenhum deles estava presente no momento do crime. Eles alegaram falhas mecânicas nos veículos para justificar a ausência, mas essa versão é contestada pelos investigadores.