Nesta quarta-feria (4), a Polícia Federal enviou à Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) um pedido para incluir a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de procurados internacionais, por meio da Difusão Vermelha.
O pedido faz parte de uma série de medidas determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ao decretar a prisão preventiva da parlamentar. A decisão de Moraes atende a uma solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que argumentou que a fuga da deputada demonstra tentativa de escapar da aplicação da pena.
A inclusão na Difusão Vermelha será agora analisado pela Secretaria-Geral da Interpol, na França. Antes de aprovar qualquer solicitação, a organização avalia se há indícios de perseguição política, racial ou de origem. Esse processo é padrão e se aplica a todos os casos.
Caso aceite o pedido brasileiro, a Interpol disponibilizará os dados de Zambelli para as polícias dos 196 países-membros. O alerta facilita a cooperação internacional na busca e captura de foragidos.
O que é a Difusão Vermelha?
Criada em 1947, a Difusão Vermelha foi o primeiro sistema de alertas da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Inicialmente analógico, o banco de dados consistia em fichas de cartolina organizadas por nomes, crimes e documentos legais. O objetivo era permitir que polícias ao redor do mundo pudessem localizar pessoas procuradas pela Justiça.
Na década de 1980, o sistema foi informatizado. Hoje, a Interpol possui 19 bancos de dados acessíveis às autoridades dos países membros, incluindo impressões digitais, perfis genéticos, registros de documentos falsificados e obras de arte roubadas.
Além do alerta vermelho, a Interpol também opera com outros tipos de difusões, identificadas por cores distintas, cada uma voltada para finalidades específicas — como localizar pessoas desaparecidas, solicitar informações ou alertar sobre ameaças.