“Ministro tem ficado vencido”, diz Hugo Motta sobre Haddad

O presidente da Câmara concedeu entrevista exclusiva à BandNews TV na tarde desta terça-feira
Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Podemos), concedeu entrevista exclusiva à BandNews TV na tarde desta terça-feira.

Entre os muitos assuntos abordados, Motta falou sobre a confiança no ministro Fernando Haddad, da Fazenda. Ele afirma que tem diálogo com o petista desde que era apenas líder do seu partido no Congresso, e aponta que os ruídos sobre a agenda imposta pelo ministro e a adotada pelo Governo são as maiores responsáveis pelos problemas econômicos que o país enfrenta.

“Entendemos que o ministro vem cumprindo seu papel no governo, ainda que eu ache que às vezes, há um ruído. É que a agenda do ministro Haddad é uma agenda que quer tratar de um modo mais firme a responsabilidade fiscal, o corte de gastos, e as despesas. O ministro tem ficado vencido, e isso tem sido ruim, do ponto de vista econômico, na minha avaliação. Tem gerado toda essa instabilidade, com dólar disparando, a taxa de juros crescendo, obrigando o nosso Galípolo [presidente do BC] inaugurar sua gestão com aumento da taxa de juros”, disse ele.

O parlamentar acredita que essas divergências podem ser resolvidas com ajustes no governo.

“Precisamos discutir isso de uma maneira mais racional. Entendemos que sempre é bom fazer investimentos, transferência de renda, mas quando isso afeta a credibilidade do país, vai inviabilizando o país, segurando a geração de emprego e renda, e deixando nossa economia numa situação de instabilidade. Se o governo ajusta isso, fortalece o ministro Haddad, penso que aqui no Congresso ele tera ainda mais apoio para que essa agenda possa ser tocada, porque é boa para o país”.

Motta preferiu não falar sobre a Reforma Ministerial, afirmando que não se trata de um assunto do poder legislativo, e sim executivo, e confirmou que, apesar do discurso pregar a união entre os poderes e os dois lados políticos do país, sabe que a anistia é uma pauta “que divide a casa”.

“Esse projeto tem uma grande polêmica, esse projeto traz tensão, sim, aumenta tensionamento que já existe, por isso devemos ter cuidado, é um tema sensível, para não vir atrapalhar esse dialogo entre as instituições”.