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Ministro Carlos Lupi admite demora em tomar medidas contra fraudes no INSS

A operação, nomeada “Sem Desconto” e deflagrada na quarta-feira (23), está apurando os descontos irregulares feitos por associações que possuem convênios com o INSS
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Com a crise atingindo o Ministério da Previdência Social, o ministro Carlos Lupi admitiu a demora em adotar medidas contra fraudes no INSS. “Levou-se tempo demais”, reconheceu nesta segunda-feira (28), durante reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS). Segundo ele, o problema já era conhecido e uma instrução normativa foi elaborada, mas “as coisas no governo demoram a acontecer”.

O ministro informou que cerca de 200 pessoas estão sob investigação e anunciou a exoneração de cinco servidores do INSS para evitar interferências na apuração. “Cortamos na própria carne”, disse. A operação “Sem Desconto”, da Polícia Federal e da CGU, investiga prejuízos de mais de R$ 6 bilhões a beneficiários do INSS, vítimas de descontos associativos feitos sem autorização.

Lupi afirmou que a auditoria que revelou as fraudes foi solicitada pelo ministério e que não há indícios de omissão. Emocionado, lamentou o envolvimento de servidores: “Se houver responsabilidade, será uma traição dolorosa”. O ministro disse que a prioridade é proteger os aposentados, muitos enganados em contratos de consignado, e ressaltou a dificuldade de controlar fraudes num sistema com milhões de trabalhadores. Ele lembrou que a primeira medida concreta só foi adotada em março de 2024, meses após os primeiros alertas, e defendeu que a Justiça determine as responsabilidades: “Quem tiver culpa tem que ir para a cadeia”.

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