Lula conversa com Trump sobre tarifaço em ligação

Presidente Lula voltou a cobrar de Donald Trump a retirada completa das tarifas que ainda incidem sobre produtos brasileiros
Foto: Daniel Torok/ Casa Branca

O presidente Lula voltou a cobrar de Donald Trump a retirada completa das tarifas que ainda incidem sobre produtos brasileiros. Na nova ligação entre os dois, que ocorreu nesta terça-feira (2), Lula pediu rapidez nas negociações e reforçou que parte relevante das exportações segue bloqueada por sobretaxas impostas pelos Estados Unidos.

Segundo o governo brasileiro, Lula afirmou que diversos itens continuam tarifados, apesar dos recuos anunciados por Washington. A demanda retoma um debate iniciado em outubro, quando o presidente já havia pleiteado o fim do tarifaço e solicitado a suspensão das medidas restritivas aplicadas por Trump contra autoridades brasileiras.

Naquele período, o republicano havia revogado vistos de auxiliares de Lula e autorizado sanções financeiras ao ministro Alexandre de Moraes, o que ampliou a tensão entre os países. Ainda assim, a negociação comercial avançou parcialmente nos últimos meses.

Em novembro, os Estados Unidos removeram a tarifa extra de 10% sobre produtos como carne e café. Em seguida, também desistiram da sobretaxa de 40%, liberando esses itens das cobranças adicionais que vigoravam desde abril.

Apesar das flexibilizações, uma parte expressiva das exportações brasileiras permanece sob restrições. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que 22% das vendas externas continuam sujeitas a sobretaxas de pelo menos 40%. Em algumas categorias, a carga chega a 50% porque ainda incide a tarifa global de 10%.

Além disso, 15% das exportações seguem enquadradas na taxa mundial e outros 27% continuam dentro da Seção 232, dispositivo americano que permite impor tarifas por motivos de segurança nacional. Nessa lista estão, por exemplo, aço e autopeças.

Em resposta às pressões, Trump afirmou que ouviu de autoridades americanas que parte das tarifas perdeu justificativa após os primeiros avanços na negociação com o Brasil. O republicano relacionou essa avaliação diretamente à conversa que teve com Lula.

Além da pauta comercial, ambos discutiram cooperação contra o crime organizado. O Planalto informou que os dois presidentes concordaram em aprofundar as ações de segurança.

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