O Governo do Amazonas começa, nesta quinta-feira (17), a distribuir ajuda humanitária para as cidades de Humaitá, Manicoré e Apuí, no sul do estado, em resposta à cheia que já afeta mais de 92 mil pessoas. Os municípios, localizados na calha do rio Madeira, foram os primeiros a decretar situação de emergência neste ano.
Coordenada pelo Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos, a Operação Cheia 2025 prevê o envio de 160 toneladas de cestas básicas, 600 caixas d’água, mais de 26 mil copos de água potável e purificadores do projeto Água Boa. A remessa parte do Porto do São Raimundo, em Manaus, com logística integrada entre secretarias e órgãos estaduais.
Além do fornecimento de alimentos e água, o plano inclui reforço na área da saúde. Serão enviados kits com medicamentos e insumos de atenção primária. A Secretaria de Saúde também emitiu alerta sobre os riscos de leptospirose, comuns em períodos de enchente.
No setor produtivo, o governo anunciou medidas como a compra de alimentos da agricultura familiar, investimentos superiores a R$ 5 milhões via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e acesso facilitado ao crédito rural por meio do Limpa Crédito Afeam. O objetivo é apoiar cerca de 3,4 mil produtores afetados.
Na área de prevenção, o número de estações de monitoramento fluvial será ampliado de 12 para 50, permitindo análise em tempo real dos níveis dos rios, precipitação e demais variáveis. Agentes municipais da Defesa Civil serão capacitados para atuação direta em áreas de risco.
Segundo os dados mais recentes, oito municípios estão em situação de emergência, 18 em estado de alerta, 25 em atenção e 11 mantêm a normalidade. A expectativa é de que as cheias se intensifiquem até julho, com impactos nas nove calhas dos rios amazonenses.
