Os gastos com juros do setor público brasileiro atingiram quase R$ 1 trilhão no acumulado de 12 meses. O valor reflete o impacto da taxa básica de juros ainda elevada, a dívida pública crescente e a falta de cortes significativos nas despesas governamentais. Especialistas alertam que, mesmo com a expectativa de estabilidade da Selic e inflação controlada, o cenário continua preocupante, principalmente diante da ausência de medidas fiscais robustas.
A dívida pública do país representa atualmente cerca de 76% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da média observada em outros países emergentes. O elevado nível de endividamento pressiona o governo a gerar superávits primários, mas as despesas continuam maiores do que as receitas. Sem um esforço fiscal significativo, o Brasil seguirá enfrentando taxas de juros elevadas e dificuldades para reduzir o peso da dívida nos próximos anos.
Além dos desafios fiscais internos, o cenário internacional, marcado por guerras comerciais e instabilidade, também influencia a economia brasileira. Embora existam oportunidades comerciais para o Brasil, a falta de credibilidade como devedor e a persistência de gastos excessivos limitam a capacidade do país de crescer de forma sustentável. O ajuste fiscal, apontam economistas, é indispensável para equilibrar a dívida e combater de maneira consistente as desigualdades sociais.