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Desmatamento cresce em abril na Amazônia e no Cerrado, mas queda no ano se mantém

Pantanal não registrou alertas pela primeira vez desde o início do monitoramento
Foto: Polícia Federal/divulgação

Dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram aumento nos alertas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado em abril de 2025. Mesmo com a alta pontual, o acumulado entre janeiro e abril aponta uma redução em relação ao mesmo período do ano passado. O Pantanal, por sua vez, não registrou alerta no mês, fato inédito desde o início do monitoramento em 2024.

O levantamento, feito pelo sistema Deter, do Inpe, indica que a Amazônia perdeu 270 km² de vegetação em abril, o que significa um crescimento de 55% em relação ao mesmo mês de 2024. A comparação entre março e abril também revela uma alta mais acentuada em 2025, 90%, frente aos 7,5% registrados no ano anterior. Ainda assim, no recorte da série histórica, que vai de agosto a abril, houve queda de 5% no desmatamento da floresta.

O Cerrado seguiu semelhante, mas com um aumento menor de 547 km² para 690 km² entre abril de 2024 e 2025. A diferença entre março e abril também cresceu, saltando de 23 km² no ano passado para 202 km² neste ano.

Segundo o governo federal, o aumento nos alertas é esperado no início do período seco, mas os números acendem um sinal de alerta pela desaceleração da curva de queda observada até aqui. O céu mais limpo em abril deste ano, 14% de cobertura de nuvens contra 24% em 2024, pode ter contribuído para a detecção por satélites, embora a ministra Marina Silva tenha minimizado esse fator.

“O importante é manter uma redução consistente ao longo do tempo. Não buscamos versões positivas, buscamos resultados estruturais”, afirmou Marina durante coletiva no Palácio do Planalto. Ela reforçou que os dados motivam ajustes contínuos nas estratégias de combate ao desmatamento.

Além da apresentação dos números, o governo anunciou que finalizou os planos de prevenção e controle do desmatamento para os biomas Caatinga, Mata Atlântica e Pampa. Com isso, todos os seis biomas brasileiros passam a contar com estratégias específicas. O PPCDAm, que abrange a Amazônia, foi retomado em 2023 após ter sido interrompido durante o governo anterior.

O presidente Lula já declarou que pretende zerar o desmatamento ilegal até 2030. O compromisso ganha relevância diante da proximidade da COP30, que será sediada em Belém (PA), em novembro deste ano.

Participaram do anúncio autoridades do MMA, do Inpe, do Ibama e do ICMBio, incluindo o secretário-executivo João Paulo Capobianco e o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt.

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