Após um telefonema de quase três horas entre Donald Trump e Vladimir Putin, realizado nesta terça-feira (18), a Rússia concordou em interromper ataques contra a infraestrutura elétrica da Ucrânia por 30 dias. O anúncio foi feito pela Casa Branca logo após a finalização do telefonema e marca o primeiro cessar-fogo desde o início da guerra, há 1.118 dias.
A decisão veio após uma semana de negociações frustradas. Inicialmente, a Rússia não aceitou o cessar-fogo total proposto pelos Estados Unidos no dia 11 de março.
Diante da recusa, Trump sugeriu um acordo mais limitado, restrito à infraestrutura de energia da Ucrânia, visto com bons olhos por Putin. As usinas e estações de energia estão entre os principais alvos dos bombardeios russos, o que deixa milhões de pessoas sem luz e com sérias dificuldades em meio ao inverno rigoroso.
Segundo o comunicado da Casa Branca, além dessa trégua parcial, os líderes também concordaram em iniciar negociações técnicas para um possível cessar-fogo marítimo, seguido de uma trégua mais ampla e permanente no leste europeu. Essas conversas devem começar imediatamente no Oriente Médio, que já sediou outras duas rodadas diplomáticas entre Rússia, Ucrânia e Estados Unidos.
O Kremlin confirmou o cessar-fogo parcial e anunciou um acordo paralelo para a troca de prisioneiros, com a libertação de 175 detentos de cada lado da guerra.
O governo russo também destacou que a pausa nos ataques ao sistema de energia também deve ser respeitado pela Ucrânia. Ao falar sobre a possibilidade de um cessar-fogo definitivo, o governo deixou claro que isso dependerá do fim do apoio militar e de inteligência internacional dado a Kiev, além da retirada da candidatura ucraniana à OTAN — pontos que Moscou considera centrais para encerrar o conflito.
Laura Basílio sob supervisão de Denise Bonfim.