Gangues de Palermo lavaram receitas de drogas para comprar complexos de edifícios e restaurantes em Natal. No centro de tudo está o empresário da Bagheria Giuseppe Bruno Geraci.
SPA DA COSA NOSTRA NO BRASIL
Invasão da Ucrânia e a esperança de uma trégua dupla em Gaza e com o Irã.
O calor dispara alertas sanitários nas grandes cidades + Zelenskin joga na Rússia a sua carta mais arriscada
LIBERDADE, eu escrevo o teu nome (sobre os 80 anos do desembarque na Provença)
TRAGÉDIA GREGA (incêndios na Grécia)
L’Humanité Cessar-fogo ou incêndio regional?
Reino Unido: Evening Standard Trump & Musk Selado com um X
Chanceler convidou correspondentes brasileiros nos Estados Unidos para ouvi-lo na Embaixada do Brasil
Ao final de uma visita a vários países latino-americanos, o chanceler Abreu Sodré (1986-1990) convidou os correspondentes brasileiros nos EUA para ouvi-lo na Embaixada do Brasil em Washington. Falou de cada um dos países que visitou até engasgar-se na Nicarágua. Não se lembrava o nome de seu presidente, o ditador Daniel Ortega, até hoje no cargo. Então, ele o identificou como “aquele que parece o Cantinflas”, ator e comediante mexicano que ganhou fama internacional com A Volta ao Mundo em 80 Dias.
E continuou contando seu encontro com Cantinflas, rindo do próprio achado. Uma hora depois de encerrada a reunião, o pessoal de imprensa da embaixada e de Abreu Sodré (1917-1999) ligou para os correspondentes pedindo que não escrevessem sobre o apelido dado a Ortega, com o potencial de romper as relações entre os dois países. O que está acontecendo agora, por muito menos: o embaixador brasileiro não compareceu à festa dos 45 anos da revolução sandinista e foi expulso da Nicarágua.
EUA e Irã pressionam Israel a um acordo
A manchete do jornal israelense Haaretz parece irreal: “Biden e Khamenei estão preparando um acordo. Israel não percebeu os primeiros sinais”. O editorial levanta uma suspeita: os Estados Unidos e o Irã teriam um canal de comunicação direto?
Nesta quinta-feira vão se encontrar os negociadores dos EUA, Catar, Egito e Israel – “a cúpula da última oportunidade”, em Doha. O Irã manifestou o desejo de enviar uma delegação. E o Hamas, que informou que não participaria, “estará representado”, segundo fontes catarianas.
A vingança prometida pelo Irã pelo assassinato de líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, seria trocada e compensada pelo acordo de cessar-fogo e libertação de reféns e prisioneiros palestinos, após 11 meses de guerra. Os EUA estão mobilizando suas forças em todo o Oriente Médio, aprovaram uma nova venda de armas de 20 bilhões de dólares para Israel e querem afastar a fúria pró-palestina contra a vice e candidata Kamala Harris, que será referendada na segunda-feira na Convenção Democrata.
O enviado especial dos EUA ao Oriente Médio, Amos Hochstein, saiu de uma reunião com o presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, nesta quarta-feira, declarando: “Continuamos a acreditar que ninguém realmente quer uma guerra em grande escala entre o Líbano e Israel”. Os embaixadores norte-americano, britânico e alemão em Tel Aviv e Jerusalém divulgaram um apelo público para um acordo imediato para Gaza.
O resumo, para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu: ele vai ter que escolher entre acabar com a guerra ou aceitar um “acordo de reféns”, como é conhecido entre os israelenses. Ele está sem espaço para ganhar tempo. Duas forças o pressionam: as famílias dos reféns, que se manifestam semanalmente, e seus ministros de extrema direita do partido Otzma Yehudit, Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças), que, contra o acordo e a favor da anexação da Cisjordânia, prometem deixar o governo em minoria no Parlamento, provocando novas eleições.
Embora tenha enviado os negociadores titulares para Doha, os chefes do Mossad e do Shin Bet, o primeiro-ministro Netanyahu não lhes deu liberdade de manobra. A questão-chave é a retirada de Israel do Corredor Netzarim, ou Filadélfia, e a volta dos habitantes de Gaza às suas casas no Norte. Cerca de 1,9 milhão de palestinos estão numa área designada humanitária, em Muwasi, sob condições precárias. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, abriu uma discussão pública com Netanyahu, nesta semana, ao contradizê-lo quanto a perseguir “uma vitória total sobre o Hamas”, uma das justificativas para prosseguir com a guerra.
Segundo o jornal Haaretz, “Biden está dizendo a Netanyahu para salvar Haifa e Tel Aviv da destruição, recuperar alguns dos reféns e um pacote de ajuda para reabilitar as Forças de Defesa de Israel e, em troca, retirar-se de Gaza, libertar os prisioneiros palestinos seniores e deixar o líder do Hamas, Yahya Sinwar, a declarar que ganhou a guerra.”
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A Ucrânia abre nova frente na Rússia
Tropas ucranianas abriram uma nova frente de combates dentro da Rússia, em Belgorod, na segunda semana de uma invasão surpresa que está obrigando as tropas russas a transferir reforços das regiões de Zaporizhzhia e Dnipro, aliviando o front no sul da Ucrânia.
O presidente russo Vladimir Putin declarou que é uma prioridade para a Rússia retomar Kursk, o primeiro alvo na nova estratégia ucraniana. Ao que tudo indica, as tropas ucranianas e russas se preparam para uma batalha no oeste da Rússia.
Belgorod fica ao lado de Kursk. Seu governador, Vyacheslav Gladkov, descreveu a situação como “extremamente difícil e tensa”, e proclamou estado de emergência. O principal comandante ucraniano disse ao presidente Zelensky, por videoconferência, que um grande número de soldados russos foi capturado e que suas tropas agora controlam 74 aldeias e cidades em quase mil quilômetros quadrados na região de Kursk.
Em seu discurso noturno, Zelensky falou que “centenas de soldados russos já se renderam e todos eles receberão tratamento humano – o mesmo que eles não recebem nem mesmo em seu próprio exército”. Até agora, nove dias da ocupação de Kursk, o objetivo militar da invasão não foi explicado. Há indicações de que o objetivo não seria o de manter o território capturado por um longo período, mas, sim, o de atrair reforços russos retirados de outras frentes de combate sob pressão.
O ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Klymenko, falou em criação de uma “zona tampão” no oeste da Rússia para proteger cidades e aldeias da fronteira. Será, porém, difícil de mantê-lo à medida em que a Rússia comece a enviar tropas para a região, além de bombardeá-la com sua aviação. Para o ministério da Defesa da França, a Ucrânia “parece ter reduzido o ritmo de seu avanço inicial, mas está consolidando suas posições no território conquistado”