O presidente Lula pediu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que Washington contenha qualquer avanço militar envolvendo a Venezuela. Durante uma conversa telefônica de aproximadamente 40 minutos nesta terça-feira (2), Lula também se colocou à disposição para atuar como mediador na tensão regional. O governo brasileiro classificou a ligação como produtiva e afirmou que os dois líderes focaram em comércio e segurança.
Ao longo do diálogo, Lula destacou as ações recentes do Brasil para enfrentar o crime organizado. Segundo assessores do Planalto, ele ressaltou que grupos criminosos têm sido alvo de operações para cortar recursos financeiros e desmontar ramificações que atuam fora do país. Além disso, o presidente afirmou que a América do Sul mantém uma tradição de estabilidade e que qualquer passo rumo a um conflito colocaria toda a região em risco.
Em meio às discussões, o presidente brasileiro reforçou a oferta para ajudar a moderar eventuais tensões envolvendo Caracas. De acordo com interlocutores, Lula afirmou que o Brasil está preparado para colaborar caso surja um impasse diplomático que exija intervenção.
Na parte comercial, Lula elogiou a decisão recente da Casa Branca de retirar a tarifa extra de 40% aplicada a produtos brasileiros, como carne e café. Ele, porém, observou que outras barreiras continuam em vigor e pediu a Trump que acelere negociações destinadas a ampliar o espaço do Brasil no mercado americano.
Ao tratar de segurança, Lula insistiu em ampliar a cooperação bilateral no combate ao crime organizado. Ele citou investigações que apontam conexões de facções sul-americanas na América do Norte e na Europa e defendeu ações conjuntas para enfrentar redes transnacionais.
O Planalto informou que Trump demonstrou interesse em aprofundar as parcerias e afirmou estar disposto a apoiar iniciativas contra organizações criminosas internacionais.
Ao final, Lula e Trump combinaram manter novos contatos em breve para monitorar o avanço das negociações comerciais e das ações na área de segurança.