Israel e Hamas concordaram com a libertação dos últimos seis reféns vivos da primeira fase do acordo de cessar-fogo neste sábado, na sequência da entrega de quatro mortos, na quinta-feira. Em compensação, tratores e escavadeiras entrarão em Gaza e cerca de 200 prisioneiros palestinos serão libertados.
Para a segunda fase do acordo, que inclui a libertação de mais 24 reféns vivos e o fim da guerra, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu exige o desarmamento e a retirada do Hamas de Gaza, duas condições que não constaram das negociações e que dificilmente serão aceitas pelos negociadores palestinos.
Dois dos reféns na lista dos que devem ser soltos no sábado, Avera Mengistu e Hisham al-Sayed, estão presos em Gaza há mais de dez anos. E entre os mortos podem estar Shiri Bibas e seus dois filhos pequenos, Ariel e Kfir. Na quinta-feira da próxima semana, outros quatro corpos serão entregues a Israel.
A maioria dos israelenses, ou 61%, quer que as negociações continuem para a liberação de todos os reféns e o fim permanente da guerra. A pesquisa ouviu 501 pessoas acima de 18 anos, com margem de erro de 4,4%. O plano Trump de transformar Gaza na Riviera do Oriente Médio, com a transferência de cerca de 2 milhões de palestinos para países árabes, conta com o apoio de 68% dos israelenses, em contraste com a rejeição unânime do mundo árabe.
Israel continua operando nos campos de refugiados palestinos de Jenin, Tulkarem e Nur Shams, na Cisjordânia, que estão devastados. Os ataques começaram em janeiro, durante a trégua em Gaza, e derrubaram dezenas de casas e destruíram estradas, que estariam minadas. Os campos foram construídos para descendentes de refugiados da guerra de Independência de Israel, em 1948.
Pelo menos 33 mil pessoas fugiram dos três campos. De Jenin, 17 mil; Nur Shams, 6 mil; e de Tulkarem, 10 mil. Israel alega que está combatendo células de terror. “Não sabemos o que está acontecendo, mas há demolições contínuas e estradas escavadas”, disse o chefe do campo de refugiados de Jenin, Mohammed al-Sabbagh.
*Esse texto não reflete necessariamente a opinião da BandNews TV