O líder do grupo rebelde que derrubou o regime de Bashar al-Assad na Síria, Abu Mohammed al-Golani, foi recebido com festa em meio a uma multidão em Damasco.
Ele entrou na histórica mesquita de Umayyad, onde descreveu a vitória como um ponto de virada na região e acusou Assad de ter “entregado a Síria para as ambições iranianas enquanto espalhava sectarismo e corrupção”. Ele disse ainda que, durante 11 dias, “pela graça de Deus, a Síria foi libertada de norte a sul e de leste a oeste”, e concluiu afirmando terem “testemunhado com os próprios olhos como 13 anos de sofrimento estão sendo curados com essa vitória”.
O Al-Golani foi o chefe do braço sírio do grupo terrorista al-Qaeda durante a guerra civil na Síria. Em todo esse tempo, ele se manteve distante dos holofotes mesmo quando o grupo chefiado por ele se tornou a facção mais poderosa na luta contra o regime de Assad.
Hoje, ele é o principal nome entre os insurgentes sírios e cada vez mais conhecido, especialmente depois de ter rompido os laços com a Al-Qaeda em 2016. A transformação ficou ainda mais evidente quando o grupo Hayat Tahrir Al-Shan — o HTS, antes conhecido como Frente Nusra — varreu o território sírio e declarou a derrubada de Assad depois de tomar a capital.
Civis invadem palácios
Grupos de civis sírios invadiram palácios aparentemente abandonados do ditador Bashar al-Assad na capital Damasco.
Os grupos percorreram os ambientes vazios de um dos palácios presidenciais, enquanto gravavam com celulares todos os espaços e também posavam para fotos. A cena relembra a queda do ditador iraquiano Saddan Hussein, há 20 anos.
As gravações também mostram saques no local, como um homem carregando um vaso, e também um gabinete completamente vazio. Outro vídeo mostra a mesma situação em outro palácio presidencial, o de Al-Rawda.