A temperatura da água pode influenciar significativamente na saúde da sua pele. O banho quente, muitas vezes é associado ao relaxamento psicológico, muscular e, ainda, na qualidade do sono. No entanto, quando realizado de forma frequente, com temperaturas muito altas e de longa duração, pode trazer prejuízos à pele.
A grande responsável por proteger nosso organismo de infecções e agressões do meio ambiente é a pele, formando uma verdadeira barreira contra esses agentes externos. Antigamente pensava-se ser somente uma barreira física. Atualmente sabe-se que o conjunto de microrganismos que a compõem, chamado microbioma, além do manto hidrolipidico, que pode ser entendido como o cobertor que a reveste, juntamente com suas células do sistema imune, trabalham coordenadamente nessa função primordial de proteção.
Basicamente essa função de barreira é medida pela quantidade de água que a pele perde através da epiderme para o ar. Quando a barreira está prejudicada, a pele perde mais água para o ambiente e se torna mais vulnerável a infecções e irritações.
Banhos quentes, embora reconfortantes e relaxantes, alteram a estrutura e as funções da epiderme, aumentando a perda de água da pele para o ambiente. Além disso, promovem a diluição e a remoção dos lipídios, que fazem parte da camada superficial de proteção cutânea.
O resultado de banhos quentes e demorados é a desidratação, o ressecamento e o aumento da permeabilidade da pele. Pode gerar vermelhidão, prurido (coceira) e eczemas. Isso é particularmente problemático em climas secos ou durante os meses de inverno, quando a umidade ambiental é baixa.
Idealmente, o banho deve ter duração entre 5 a 10 minutos, numa temperatura de água morna (entre 30 a 37 graus Celsius), associado a produtos de limpeza suaves. Especialmente em populações vulneráveis, como idosos e pacientes portadores de dermatite atópica. Esses cuidados, associados a uma boa hidratação da pele, são de extrema importância para a saúde.
Dra. Eduarda Braga Esteves
CRM 133752 / RQE 67518
Dermatologista