Damares Alves (Republicanos) acionou a Justiça para impedir posse de novo ministro da previdência social após escândalo no INSS. Damares afirma que a nomeação de Wolney Queiroz para o cargo representa a permanência de um grupo que ignorou os alertas sobre fraudes.
Segundo a ação, atas comprovam a presença do novo ministro, que era secretário-executivo da Pasta, na reunião do Conselho Nacional da Previdência Social, na qual a conselheira Tônia Galletti alertou sobre os descontos indevidos na folha dos aposentados do INSS.
Damares é autora de pedido de impeachment do ex-ministro Carlos Lupi e afirmou que Queiroz também foi omisso e, por isso, deve responder pela inação diante de flagrante violação dos direitos dos segurados do INSS. O documento também acusa o presidente Lula de cometer ato administrativo nulo ao indicar para o cargo um nome envolvido na omissão diante das fraudes bilionárias no INSS. A petição pede o envio do caso à Câmara dos Deputados para apuração de possível crime de responsabilidade do Lula e a instituição de multa diária de R$ 1 milhão, caso ele mantenha a nomeação.
Novo ministro da Previdência
Com a queda de Carlos Lupi, Wolney Queiroz é o novo Ministro da Previdência Social. Queiroz exerceu o cargo de líder da bancada do PDT na Câmara dos Deputados, e atuou na pandemia junto com outras lideranças partidárias para criar e aprovar medidas que socorressem a população em meio à crise.
Nos últimos dois anos, foi líder da Oposição ao Governo de Jair Bolsonaro. Após as eleições de 2022, Wolney Queiroz, junto ao PDT, se somou à base aliada do governo Lula e desempenhava o papel de secretário executivo do Ministério da Previdência Social. Ele foi indicado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo.
Demissão de Lupi
Lupi pediu demissão do cargo na sexta-feira (2), após reunião com Lula no Palácio do Planalto. A notícia do encontro foi anunciada em primeira mão pela repórter Thayane Melo, da BandNews TV. A decisão ocorreu em meio ao avanço das investigações sobre fraudes no INSS e à pressão de aliados, que apontaram a falta de condições políticas para sua permanência. Lupi agradeceu a Lula pela confiança e declarou, em nota publicada nas redes sociais, que seu nome não foi citado nas apurações.
O colapso administrativo na Previdência foi um dos fatores que levaram à saída de Lupi. As filas para atendimento no INSS ultrapassam 2,5 milhões de pessoas e seguem crescendo rapidamente. Segundo apuração da BandNews TV, Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta, foi o responsável por garantir o apoio do PDT ao governo, mesmo diante da pressão do senador Ciro Nogueira.