O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (15) que trabalha com o prazo de 30 dias para aprovar a proposta de anistia que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à BandNews TV, ele disse acreditar que há grande chance de vitória no Congresso e que a legenda atuará de forma intensa para garantir a aprovação. Segundo Valdemar, a mobilização já começou e terá o apoio de aliados estratégicos, com a expectativa de que a proposta avance na Câmara dos Deputados e siga em ritmo acelerado para o Senado.
Na avaliação do dirigente, a articulação conta com respaldo de partidos como União Brasil, PP e Republicanos, que devem se unir em torno da proposta. Valdemar destacou que reuniões estão previstas para os próximos dias, a fim de alinhar estratégias e construir uma base sólida. Ele reconheceu que existem resistências, especialmente no Senado, mas disse que o cenário é favorável. Para o líder do PL, a pressão popular e a união da base conservadora serão fundamentais para que a proposta prospere em curto prazo.
Valdemar Costa Neto defendeu de forma enfática uma anistia total, sem qualquer tipo de condicionamento. Ele rejeitou a possibilidade de um acordo que mantivesse Bolsonaro inelegível, argumentando que isso não faria sentido diante das circunstâncias. Para ele, o julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi injusto, pois não respeitou a tramitação adequada em primeira instância, privando o ex-presidente do direito de recorrer. “Negar esse direito é negar a democracia”, afirmou. Segundo Valdemar, a decisão do STF extrapola os limites da Justiça e coloca em xeque princípios básicos da legalidade.
O presidente do PL também comentou o papel de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que, segundo ele, terão papel importante no convencimento de parlamentares e na mobilização de setores da sociedade. Valdemar Costa Neto destacou que Tarcísio, por sua popularidade e proximidade com Bolsonaro, poderá atuar como ponte entre as lideranças regionais e a bancada no Congresso. Ele afirmou que a participação de governadores aliados ajudará a consolidar a percepção de que a anistia não é apenas uma pauta partidária, mas um movimento mais amplo dentro do campo conservador.
Ao abordar a estratégia de votação, Valdemar Costa Neto não descartou medidas mais duras. Ele admitiu que, caso não haja acordo, o PL e seus aliados poderão recorrer à obstrução legislativa como forma de pressionar o avanço da pauta. Segundo ele, a intenção é buscar entendimento, mas dentro das regras regimentais, a legenda está disposta a usar todos os recursos disponíveis. “Nós queremos aprovar a anistia por meio do diálogo, mas, se não for possível, vamos recorrer a tudo que estiver ao nosso alcance para garantir a votação”, disse.
Na mesma entrevista, Valdemar Costa Neto ressaltou o crescimento do PL no cenário político brasileiro e citou a pesquisa Paraná Pesquisas, divulgada em 26 de agosto, que apontou empate técnico entre PT e PL em termos de simpatia popular: 18,2% dos brasileiros afirmaram simpatizar com o PL, contra 18,1% que declararam preferência pelo PT. O dirigente usou os dados para reforçar a força da legenda. “O PT levou 40 anos para chegar nesse número. O PL, com Bolsonaro, alcançou em apenas três anos de governo”, disse. Para Valdemar, o desempenho evidencia o protagonismo do partido e a centralidade de Bolsonaro como liderança política.
O presidente do PL reforçou que, mesmo após a condenação, Bolsonaro continuará sendo presidente de honra do partido. A decisão, segundo ele, será submetida ao setor jurídico da legenda, mas a tendência é de manutenção do título. Valdemar Costa Neto destacou que Bolsonaro terá papel fundamental na escolha dos nomes que concorrerão à Presidência e à Vice-Presidência em 2026. “Enquanto eu estiver vivo, serei fiel ao Bolsonaro. Ele foi um excelente presidente e, na minha opinião, foi injustiçado”, declarou. Para o dirigente, não há espaço para questionamentos internos sobre a liderança do ex-presidente.
Valdemar Costa Neto aproveitou para se retratar de declarações dadas no fim de semana, quando mencionou a existência de um “planejamento de golpe” durante o governo Bolsonaro. Ele reconheceu que se expressou mal e buscou corrigir a fala. Segundo o dirigente, o que existiu foi um movimento de advogados e apoiadores que apresentavam propostas para impedir a posse de Lula, mas não uma articulação do próprio ex-presidente. “Eu falei planejamento, mas quis dizer movimento. Recebíamos cartas, propostas, gente dizendo que era possível barrar a posse de Lula. Nunca o Bolsonaro pensou nisso. Foi um erro de expressão meu”, explicou.
O presidente do PL disse que suas palavras anteriores geraram forte descontentamento entre apoiadores de Bolsonaro, o que o levou a se retratar publicamente. Ele reforçou que nunca houve participação do ex-presidente em qualquer articulação golpista e destacou que a narrativa contrária é fruto de interpretações equivocadas. Valdemar Costa Neto afirmou que, ao longo de seu governo, Bolsonaro agiu de acordo com a Constituição e jamais incentivou qualquer ação contra a posse de Lula. “Bolsonaro sempre foi leal ao Brasil e às instituições. Se houve pessoas que pensaram em alternativas, isso não partiu dele”, disse.
Por fim, Valdemar Costa Neto reforçou sua confiança na aprovação da anistia e voltou a insistir na tese de que a única saída para reverter a condenação imposta pelo STF é a via política. Segundo ele, a articulação construída pelo PL, aliada ao apoio popular, será suficiente para garantir a tramitação célere da proposta. O dirigente encerrou a entrevista reafirmando sua lealdade a Bolsonaro e sua convicção de que o partido continuará crescendo. “O PL se tornou a principal força política do país em tempo recorde, e isso se deve à liderança de Bolsonaro. Vamos seguir firmes, porque nossa luta é pela democracia e pela justiça”, concluiu.