A União Europeia anunciou um acordo de forma conjunta com Israel, na quinta-feira (10), para aumentar a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. As conversas aconteceram em meio às críticas sobre o plano israelense de distribuir suprimentos no enclave, considerado um desastre por conta da desorganização, além da violência e morte contra pessoas que estavam na fila da fome.
O trato entre ambas as partes prevê um aumento nos pontos de coleta de suprimentos em Gaza, que possuía apenas quatro, incluindo um fora de atividade para manutenção. A operação contará com a colaboração da ONU e de outros órgãos humanitários, não sendo um acordo direto com a Fundação Gaza, entidade apoiada por Israel e Estados Unidos, criticada por matar palestinos famintos.
O estreitamento das relações entre União Europeia e Israel pode indicar uma aproximação entre o governo de Benjamin Netanyahu, que enfrenta diversos questionamentos sobre violações dos direitos humanos e crimes de guerra em território palestino. A sinalização para aliados europeus é encarada pela mídia internacional como um sinal de que um possível acordo de cessar-fogo entre as forças israelenses e Hamas pode ser anunciado na próxima semana.
As especulações ganharam força depois que o premiê do país visitou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. O governo de Washington sugeriu uma trégua de 60 dias no enclave, além de devolver o controle da distribuição de suprimentos para a ONU. Em troca, o Hamas teria que devolver 10 reféns ainda vivos, além dos corpos de outros 18 que morreram durante o período de cativeiro.
Um dos principais impasses para a concretização de um acordo entre ambas as partes é a retirada das tropas israelenses de Gaza, algo exigido pelo grupo extremista. Benjamin Netanyahu recusa a demanda, alegando que isso daria uma brecha para o Hamas se reorganizar, rearmar e voltar a atacar Israel.