A polícia da Turquia entrou em confronto contra estudantes da Universidade Técnica do Oriente Médio (METU) de Ancara, durante manifestações antigovernamentais motivadas pela prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal candidato da oposição no país. Na última semana, ele foi preso em uma operação da polícia turca por conta de uma acusação de envolvimento com terrorismo, corrupção e organização criminosa.
Por outro lado, os manifestantes afirmam que a prisão de Imamoglu teve motivação política, e consideraram a ação como uma perseguição. Com o atual presidente Recep Tayyip Erdoğan, no governo há mais de 20 anos, parte dos opositores enxergam o ato como uma tentativa de golpe de Estado. Ele ainda deve concorrer para um novo mandato nas eleições de 2028.
Desde a detenção do prefeito de Istambul, centenas de pessoas se reuniram em praças, ruas e campus universitários em todo o país com slogans anti-Erdogan e pedindo não apenas a libertação de Imamoglu, mas também por justiça e direitos. A ação é encarada por parte da população, líderes europeus e grupos de direitos humanos como uma medida politizada e antidemocrática. A prisão é vista como uma forma de eliminar adversários candidatos ao cargo.
O presidente Recep Tayyip Erdoğan nega as acusações, defendendo que a prisão ocorreu com base em fatos e investigações que comprovaram o envolvimento do prefeito de Istambul com os crimes citados. Além disso, ele também minimizou os protestos dizendo que eram um “espetáculo”, e que a população está quebrando as regras estabelecidas contra grandes protestos e aglomerações. Erdoğan também alertou a oposição sobre possíveis consequências legais contra aqueles que participarem de manifestações.
Alexandre Mansano (sob supervisão de Júlia Alves)