O ex-presidente americano Donald Trump afirmou que pretende reduzir as tarifas de importação sobre o café, após os impactos do chamado “tarifaço” que atingiu diversos produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. A medida, se confirmada, representa um alívio para o setor, que sofreu forte queda nas exportações.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, responsável por 38% da produção global. No entanto, com a nova política comercial americana, o país passou a enfrentar uma das taxas mais altas impostas por Washington: 50% sobre as exportações brasileiras, valor superior ao aplicado à China, principal concorrente comercial dos EUA, que paga em média 47%.
Alguns produtos brasileiros foram poupados do aumento, como o suco de laranja, mas o café foi diretamente afetado. O Palácio do Planalto tentou negociar a retirada total das tarifas durante conversas entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizadas na Malásia, mas o governo americano ainda não demonstrou disposição em flexibilizar todas as cobranças.
Há, porém, expectativa de que o café seja incluído na nova lista de exceções, ao lado de outros produtos, como o suco de laranja. O Brasil encerrou a safra 2024–2025 com o maior valor da história em exportações do setor, somando quase US$ 15 bilhões e gerando cerca de 600 mil empregos diretos no país.
Com o aumento das tarifas, as exportações de café brasileiro para os Estados Unidos despencaram, especialmente as de café especial, produto de maior valor agregado, com queda de 67%. A política de Trump também provocou efeitos internos nos Estados Unidos: o preço do café instantâneo subiu 22% no último ano, enquanto a carne, outro item atingido, teve alta média de 18%.
Nos EUA, o consumo de café e carne é alto, e o aumento dos preços levou o governo americano a reconsiderar parte da estratégia comercial. A tendência é que as negociações entre Brasil e Estados Unidos avancem, na tentativa de reduzir o impacto econômico das tarifas para os dois países.