Quase um terço dos brasileiros entre 15 e 64 anos apresenta dificuldades graves com leitura, escrita e compreensão de informações básicas do dia a dia, como números de telefone ou preços. É o que revela o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nesta segunda-feira (5). O levantamento aponta que 29% da população está no nível de analfabetismo funcional, o mesmo índice registrado em 2018.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o cenário piorou. O percentual de analfabetos funcionais subiu de 14% em 2018 para 16% em 2024. Os pesquisadores associam esse crescimento ao impacto da pandemia, período em que muitos estudantes ficaram sem acesso regular às aulas presenciais. A pesquisa mostra ainda que 27% dos trabalhadores estão nessa condição, assim como 12% das pessoas com ensino superior.
O Inaf também avaliou as habilidades digitais da população, pela primeira vez. Quase todos os analfabetos, 95%, têm desempenho digital baixo. Entre os que estão no nível mais alto de alfabetismo, 60% conseguem lidar bem com tarefas digitais. Os dados reforçam que a exclusão educacional se reflete diretamente na capacidade de acessar e utilizar serviços online essenciais.