Com a vacinação contra a gripe estagnada em pouco mais de 35%, o Brasil enfrenta um surto de influenza que já afeta ao menos 15 estados e o Distrito Federal. O aumento de casos acendeu o alerta entre autoridades de saúde e especialistas, que apontam um crescimento nas internações e mortes ligadas à doença.
Segundo o boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado na quinta-feira (5), a maioria dos estados apresenta cenário de alerta ou risco alto para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), impulsionado sobretudo pela circulação do vírus influenza A. A doença, comum nesta época do ano, chegou mais cedo e com maior intensidade em 2025.
O baixo índice de vacinação é uma das principais preocupações. A cobertura entre os grupos prioritários, que inclui crianças, gestantes e idosos, está muito abaixo da meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde. Até agora, apenas 35,96% das pessoas desse público se vacinaram. Entre os idosos, a cobertura chega a 38,83%. Já entre as crianças e gestantes, os índices são ainda menores: 30,5% e 23,35%, respectivamente.
Com a baixa procura, capitais como São Paulo e Rio de Janeiro ampliaram a campanha de vacinação para toda a população. Mesmo assim, a adesão segue baixa. No estado do Rio, por exemplo, pouco mais de 21% do público-alvo recebeu a vacina — o pior índice do país. Bahia, Maranhão, Mato Grosso e Pernambuco também estão entre os estados com os menores percentuais de cobertura.
Sobre a vacina
A vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra três cepas do vírus influenza: H1N1, H3N2 (ambas do tipo A) e uma variante da influenza B. Ainda que o vírus sofra mutações, especialistas ressaltam que a imunização continua sendo a principal forma de evitar complicações e hospitalizações.
Estados com alta nas internações por SRAG
- Acre;
- Alagoas;
- Bahia;
- Distrito Federal;
- Goiás;
- Maranhão;
- Minas Gerais;
- Mato Grosso;
- Paraná;
- Paraíba;
- Rio de Janeiro;
- Rio Grande do Sul;
- Roraima;
- Santa Catarina;
- São Paulo;
- Sergipe
A maioria das hospitalizações e mortes tem ocorrido entre os idosos. O boletim da Fiocruz mostra que, nas últimas quatro semanas, quase 75% dos óbitos por SRAG foram causados por influenza A ou B.
Laura Basílio sob supervisão de Thiago San.