SP registra 4 casos de deepfakes sexuais em escolas, aponta levantamento da SaferNet

Brasil tem registro em 10 estados

O estado de São Paulo registrou quatro casos de deepfake sexuais envolvendo estudantes, conforme levantamento realizado pela SaferNet Brasil e divulgado nessa segunda-feira (6). A organização é responsável pela proteção dos Direitos Humanos na internet no Brasil.

A pesquisa faz parte do estudo “Uso indevido de IA generativa: perspectivas sobre riscos e danos centradas nas crianças”, conduzido pela ONG sobre o mau uso de inteligência artificial generativa para o cometimento de crimes contra crianças e adolescentes. O processo é financiado com recursos financeiros da SafeOnline, gerida pela Unicef.

A organização recebeu 76.997 denúncias de crimes digitais em um intervalo entre 1ºo de janeiro e 31 de julho de 2025. O estudo aponta que 49.336 (64%) dos casos está relacionado com abuso e exploração sexual infantil, com uma marca de sete em cada dez notificações.

Deepfakes sexuais são imagens de nudez criadas com inteligência artificial generativa sem o consentimento das pessoas retratadas. Os casos envolvem ao menos 72 vítimas nas cinco regiões do país. Os estados onde foram registrados casos são: Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Os materiais circulam rapidamente nas redes sociais e em aplicativos de mensagens, além de sites de pornografia e com pouca moderação. A disseminação fácil contribui para o aumento do bullying, assédio e traumas das vítimas.

O aumento de ocorrências coincidiu com o lançamento e repercussão do vídeo sobre “Adultização” do influenciador digital Felca, que atingiu 46 milhões de visualizações. O estudo também aponta que a divulgação feita pelo criador de conteúdo online estimulou uma crescente no número de denúncias.

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