Senador Alessandro Vieira é cotado para relatar CPI do crime organizado e critica estratégia de enfrentamento a facções: “Nao dá para responder de improviso em coletiva debaixo de árvore um tema tão sério”

Criação da comissão parlamentar acontece na esteira operação da polícia do Rio de Janeiro. A Operação Contenção, que aconteceu nesta terça-feira, deixou ao menos 121 mortos
Foto: Reprodução/ BandNews TV

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre anunciou a instalação da CPI do Crime Organizado para a próxima terça-feira. No comunicado, feito nas redes sociais, Alcolumbre afirmou que “é hora de enfrentar grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro”. O objetivo da comissão é apurar a estruturação, a expansão e o funcionamento do crime organizado e inclui facções e também milícias.

Em entrevista ao Tarde Bandnews, com Paula Valdez, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), cotado para relatar a comissão, definiu o escopo de trabalho dos colegiado.

“O objetivo é fazer uma radiografia completa de ação e movimentação de ações, de facções e milícias no Brasil, é identificar e mostrar tecnicamente aquilo que funciona e aquilo que não funciona no combate a essa modalidade criminosa e ao final trazer uma série de propostas, ajustes e estratégias e, se possível, um novo plano nacional de segurança pública que reúna os atores políticos relevantes e a melhor informação técnica sobre o tema”.

O senador também criticou a atual estratégia de enfrentamento aos grupos faccionados.

“Hoje o que a gente vê é uma reação totalmente fragmentada com baixíssima base técnica para a decisão e que não gera repercussão na vida real. Uma série de ações mais midiáticas ou menos midiáticas se sucedem, alterações legislativas normalmente de agravamento de pena se repetem e o resultado não acontece. Não dá para responder de improviso em em coletiva debaixo de árvore um tema tão sério”.

Autor do requerimento para criação da CPI, o senador explicou como estão sendo feitas as costuras para integrantes da comissão.

“A gente está trabalhando junto aos partidos pela indicação de nomes que tenham experiência, que tenham a coragem e a capacidade para entregar um resultado técnico. Vai ser firmado o acordo para para a presidência e depois a indicação da relatoria. A priori, eu vou ser o relator dessa CPI. Só espero que a gente possa sair da armadilha da polarização política. Ela paralisa”.

A criação da comissão parlamentar acontece na esteira da mais mortal operação da polícia do Rio de Janeiro. A Operação Contenção, que aconteceu nesta terça-feira, deixou ao menos 121 mortos e tinha como objetivo prender membros do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade.

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