A Secretaria de Estado de Saúde vai enviar representantes à Bahia para avaliar as condições de saúde de um dos pacientes que passaram a conviver com HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) após receber órgão transplantado pela Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro.
Na semana passada, a secretária de Saúde, Claudia Mello, se reuniu com os parentes do paciente zero – a primeira pessoa a ser diagnosticada com HIV, em setembro do ano passado, e que não teve a identidade revelada. O homem que vive em Salvador chegou a ser entubado em maio e tem um quadro considerado gravíssimo. As informações foram confirmadas por fontes à BandNews FM.
O transplante foi realizado em janeiro de 2024 e ainda no mesmo ano ele precisou ser internado por complicações de saúde. Os familiares dos pacientes acometidos pelo HIV alegam que não foi oferecido suporte adequado pela Secretaria de Estado de Saúde e também pelo Ministério da Saúde.
Em nota, a Secretaria afirmou que a visita à Bahia faz parte das tarefas da equipe multidisciplinar criada para o acolhimento e acompanhamento permanente dos pacientes afetados. Segundo a pasta, a comissão formada por enfermeira, psicóloga, farmacêutica e assistente social mantém contato frequente com as vítimas e seus familiares.
Relembre o caso
No dia 11 de outubro do ano passado, a BandNews FM revelou com exclusividade o escândalo na área da saúde. Dois testes emitidos pelo laboratório PCS LAB Saleme, contratado pelo Governo do Rio de Janeiro, deram falso-negativo. Seis pessoas transplantadas passaram a conviver com HIV.
No mesmo dia, além da abertura das investigações, Cláudia Mello afirmou em entrevista à BandNews FM que os pacientes e parentes já estavam sendo visitados. A então ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que o Governo Federal também oferecia suporte. A ida dos representantes da pasta à Bahia nesta semana será a primeira vez desde que o caso foi descoberto.
Quatro funcionários e dois sócios do laboratório cumprem medidas cautelares. Os réus foram acusados pelo Ministério Público pelos crimes de associação criminosa, lesão corporal gravíssima, falsidade ideológica e falsificação de documento particular. O processo judicial está em segredo de justiça. As audiências e julgamento já foram realizadas.
Beatriz Hadler sob supervisão de Marcelo Brasil.