Um relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira (11) indica que o corte no fornecimento de combustível foi o fator determinante para a queda do avião da Air India, que matou 260 pessoas no último mês, logo após decolar da cidade de Ahmedabad, no oeste da Índia. A aeronave, um Boeing 787-8 Dreamliner, seguia para Londres com 242 pessoas a bordo. Apenas um passageiro sobreviveu.
De acordo com o documento, os dois botões de fornecimento de combustível, um para cada motor, foram acionados manualmente e mudados da posição “executar” para “cortado” três segundos após a decolagem, o que fez com que os motores perdessem potência quase de forma simultânea. O procedimento de desativação exige duas ações consecutivas e não pode ser feito acidentalmente, segundo especialistas.
A gravação de voz da cabine revelou um diálogo entre os pilotos no momento em que o corte ocorreu. Um deles pergunta por que o combustível havia sido cortado, enquanto o outro nega ter feito qualquer ação. A investigação ainda não conseguiu determinar qual dos dois fez a mudança nos controles e por qual motivo. O combustível da aeronave foi testado e estava dentro dos padrões, afastando suspeitas de contaminação ou falha de qualidade.
A tentativa de religar os motores ocorreu cerca de dez segundos antes do impacto, já com a aeronave em baixa altitude. Mesmo com o acionamento da turbina de emergência e a declaração de “Mayday” por um dos pilotos, o avião caiu antes que os motores retomassem potência. O impacto destruiu parte de um alojamento universitário próximo ao aeroporto, matando também pessoas em solo.
Ainda não há prazo para a conclusão do relatório final. A Air India possui outros 33 modelos Dreamliner em sua frota, que agora estão passando por inspeções técnicas. A empresa não se pronunciou oficialmente sobre os achados da investigação até o momento.