Premiê do Catar afirma que Israel “matou as esperanças” para um acordo de libertação dos reféns capturados pelo Hamas

Governo de Benjamin Netanyahu atacou Doha, capital do país, om o objetivo de matar membros de alto escalão do grupo extremista
Reprodução: BandNews TV

O governo do Catar afirmou nessa quarta-feira (10) que Israel “matou as esperanças” para um possível acordo pela libertação dos reféns capturados pelo Hamas após os ataques de 7 de outubro de 2023. A declaração foi dada pelo primeiro-ministro do país, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, em resposta ao bombardeio israelense em Doha.

Al-Thani afirmou acreditar que não há mais garantias para um cessar-fogo e que não seria possível medir a resposta do Hamas aos últimos princípios dos Estados Unidos para um acordo de paz se Israel não tivesse atacado Doha. O premiê também disse que estava se encontrando com a família de um dos reféns detidos pelo grupo palestino no momento do ataque.

“Eles estão contando com essa mediação (de cessar-fogo), não têm outra esperança”, e completou “acho que o que (o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu) fez ontem foi acabar com qualquer esperança para os reféns”, disse o premiê.

Cerca de 50 pessoas continuam sob o poder do Hamas, com a expectativa de que pelo menos 20 ainda estejam vivas. O Catar vinha atuando de forma conjunta com o Egito por um acordo que garantisse a paz na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns. Entretanto, o governo de Benjamin Netanyahu afirmou que retomaria as negociações apenas com a garantia de uma liberação integral dos detidos.

Entenda o caso

Nessa terça-feira (9), as Forças de Defesa israelense bombardearam Doha com o objetivo de matar membros de alto escalão do grupo extremista que residiam no país. Mesmo com Israel afirmando ter tomado as devidas precauções para minimizar os danos em áreas civis, a ação desagradou o governo catari, que teve sua integridade e soberania comprometidos. O país atua como um dos principais mediadores pela paz no conflito na Faixa de Gaza.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o bombardeio foi uma “operação israelense totalmente independente”. O membro do gabinete político do Hamas, Suhail al-Hindi, afirmou em entrevista à Al-Jazeera que a alta liderança do grupo sobreviveu ao ataque.

Em resposta à ofensiva, o governo catari classificou a ação como “covarde” e “criminosa”, afirmando que as forças de Israel miraram residências de membros do Hamas. O bombardeio aconteceu no mesmo dia em que Israel espalhou panfletos pela cidade de Gaza, capital do enclave palestino, ordenando que moradores deixassem a região.

Netanyahu respondeu as acusações, afirmando que o Catar possui duas opções: expulsar os membros do Hamas do país ou leva-los à justiça. Caso as exigências não sejam atendidas, o premiê afirmou que Israel tomará as decisões. Doha vai sediar no próximo domingo (14) e na próxima segunda-feira (15) um encontro com líderes árabes e muçulmanos para discutir uma resposta conjunta.

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