Nesta segunda-feira (24), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que os preços de alimentos e de energia deveriam ser retirados do cálculo da inflação. Para ele, a medida precisa ser estudada pelo Banco Central. A declaração surgiu no contexto da nova taxa Selic de 14,25% decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana.
Alckmin mencionou o Banco Central dos Estados Unidos, que retira esses dois índices do cálculo dos juros básicos da economia estadunidense para basear seu argumento. “Então, eles [banco central dos EUA] excluem do cálculo [alimentos e energia]. Eu acho que é uma medida inteligente, e a gente realmente [pode] aumentar os juros naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”, disse ele.
“Alimento é muito clima. Se eu tenho uma seca muito forte, uma alteração climática muito grande, vai subir o preço de alimento. E não adianta eu aumentar os juros que não vai fazer chover. Então eu só vou prejudicar a economia”, completou o vice-presidente, que pontuou ainda que o juros poderiam aumentar “naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”. “Não adianta aumentar juros que não vai baixar o preço do barril de petróleo”, exemplificou.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) indica que, em fevereiro, o preço dos alimentos aumentou em 0,61%. Os principais produtos afetados foram a cenoura (17,62%) e café moído (11,63%).