A polícia do Reino Unido está à procura de dois presos que foram libertados por engano na última semana em uma prisão em Wandsworth, em Londres. A informação das solturas foi revelada apenas na noite dessa quarta-feira (5).
Um dos procurados é Brahim Kaddour-Cherif, um imigrante argelino condenado por crimes sexuais. O segundo é o britânico William Smith, acusado de cometer diversas fraudes. O caso acontece apenas algumas semanas depois de outro criminoso sexual migrante ter sido libertado por engano de outro presídio no país.
O caso expôs falhas graves do serviço carcerário do Reino Unido e colocou o secretário de Justiça do país, David Lammy, sob pressão, principalmente após ele prometer verificações adicionais para evitar ocorrências semelhantes. Um levantamento mostrou que mais de 270 detentos foram liberados de forma indevida em 2025.
A crise acontece em meio a superlotação de presídios do Reino Unido, que estão cada vez mais próximos da lotação máxima. A estimativa é que o número de detentos no país seja cerca 88 mil, um número próximo dos 89 mil que as instalações britânicas podem acomodar.
Isso levou o governo a libertar alguns presos que tenham cumprido até um terço da pena, incluindo infratores que cometeram crimes violentos. Embora a polícia tente manter o monitoramento dos criminosos com o uso de tornozeleira eletrônica, os erros continuam acontecendo com frequência.
Além disso, o projeto enfrenta forte resistência da oposição, que alega que a medida coloca os infratores à frente da sociedade. O governo rebateu alegando ter herdado um modelo colapsado deixado pelo partido conservador, que ficou no poder por 12 anos e segundo a alegação, não realizou grandes investimentos no sistema carcerário.