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Plano Safra destina R$ 516 bilhões para agricultura empresarial 

Novas regras priorizam sustentabilidade e inovação tecnológica
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo federal lançou, nesta terça-feira (1), o Plano Safra 2025/2026 para a agricultura empresarial, com R$ 516,2 bilhões em crédito rural. O montante será destinado a médios e grandes produtores para financiar o custeio da produção, à comercialização e investimentos em tecnologia e infraestrutura no campo.

Esse é o maior valor já destinado ao setor e representa um aumento de 1,5% em comparação com o ciclo anterior. Com os R$ 89,2 bilhões anunciados na última segunda-feira (30) para a Agricultura Familiar, o total de recursos previstos para o agro no ciclo 2025/26 chega a R$ 605 bilhões.

Coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o novo plano prevê R$ 414,7 bilhões para operações de custeio e comercialização e R$ 101,5 bilhões para investimentos em inovação e sustentabilidade.

As taxas de juros variam conforme o perfil do produtor. Médios produtores enquadrados no Pronamp pagam 10% ao ano, enquanto os demais enfrentam uma taxa de 14%. No caso de investimentos, os juros oscilam entre 8,5% e 13,5% ao ano.

Incentivo sustentável

Durante o evento no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o aumento da produtividade deve caminhar com a proteção ambiental. Segundo ele, o Brasil tem potencial para se tornar referência mundial em produção sustentável e precisa superar a imagem de país associado ao desmatamento.

“Estamos produzindo mais em menos hectares. A recuperação de áreas degradadas e o uso de tecnologia são chave para o futuro do campo”, disse Lula.

Para incentivar práticas sustentáveis, o governo manteve o desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros para quem adotar ações de preservação ambiental. Além disso, produtores que investirem em reflorestamento, recuperação de áreas degradadas ou combate a incêndios rurais poderão financiar novos itens, como caminhões-pipa e mudas de espécies nativas.

O plano também passou a exigir o uso do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) nas operações de custeio — ferramenta que ajuda a evitar perdas causadas por fenômenos climáticos, indicando os períodos e regiões com menor risco para o plantio. Até então, essa exigência era restrita aos contratos do Pronaf com Proagro. Agora, vale para contratos de maior porte e mesmo para aqueles sem vínculo com seguro rural.

O que muda?

Entre as mudanças operacionais, o governo ampliou o limite de renda anual para enquadramento no Pronamp, que subiu de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões. A medida deve facilitar o acesso de mais produtores às linhas de crédito com juros reduzidos.

Também foi flexibilizado o financiamento de insumos, ou seja, agora, o produtor pode financiar rações, suplementos e medicamentos comprados até 180 dias antes da formalização do crédito.

O plano deste ano unificou os programas de inovação tecnológica no campo (ModerAgro e InovAgro) e aumentou o limite para investimentos em granjas, buscando melhorar a eficiência produtiva.

Já o Programa para Construção de Armazéns (PCA) dobrou a capacidade por projeto, passando de 6 mil para 12 mil toneladas, o que deve reforçar a estrutura de armazenagem nas propriedades rurais.

Laura Basílio sob supervisão de Thiago San.

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