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PF encontra cadernos com indícios de propina ligados à alta cúpula do INSS

Documentos foram localizados em escritório de lobista investigado por esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas
Reprodução: Band.com

Durante operação realizada em abril de 2025, a Polícia Federal apreendeu cadernos com anotações suspeitas de indicar a divisão de propinas em um esquema de fraudes no INSS. O material foi localizado no escritório de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como lobista e facilitador das irregularidades. A ação faz parte da Operação Sem Desconto, que apura descontos indevidos em benefícios de milhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.

As anotações mencionam expressões como “Virgílio 5%” e “Stefa 5%”, que os investigadores acreditam fazer referência ao ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, e ao ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto. Ambos foram afastados por decisão judicial no mesmo mês da operação. Segundo relatório da PF, Antunes teria movimentado cerca de R\$ 9,3 milhões entre 2023 e 2024, com repasses para pessoas próximas a servidores do INSS, incluindo empresas ligadas à esposa de Virgílio e ao filho de outro ex-diretor do instituto.

A defesa de Stefanutto nega qualquer vínculo com o lobista e afirma que a citação encontrada não tem relação com sua gestão ou conduta. Já a defesa de Virgílio Oliveira Filho ainda não se pronunciou. A PF investiga se entidades que firmaram acordos com o INSS atuaram com o lobista para realizar descontos fraudulentos em folha sem autorização dos beneficiários, o que pode ter afetado até 4 milhões de pessoas.

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