A Polícia Federal (PF) apontou que servidores da cúpula do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) são suspeitos de enviarem nomes errados de beneficiários de forma proposital à Dataprev, empresa de tecnologia que presta serviços de processamento de dados e gestão de sistemas de informação, incluindo Previdência Social e de programas sociais, para o Governo Federal.
A investigação revelou que o então diretor substituto de benefícios, Geovane Batista Spiecker, e Reinaldo Carlos Barroso de Almeida, então coordenador de Suporte ao Atendimento, enviavam arquivos zipados (múltiplos) com nomes de supostos beneficiários. O inquérito da PF também afirma que os dois não eram devidamente habilitados pelas associações para a disponibilização deste tipo de informação.
A inclusão de alguns nomes e informações aconteciam de forma errada ou duplicada por associações, criando uma indústria de produção de termos de descontos usados de forma ilegal por empresas associativas. A Polícia Federal determinou que esta ação facilitava o cadastro de irregularidades, utilizando até mesmo a repetição de letras como forma de simular um beneficiário associado em duas entidades diferentes.
“Geovane e Reinaldo remeteram à DATAPREV arquivo em formato .zip, sem a individualização do suposto beneficiário, diferente da totalidade dos milhares de outros documentos enviados pelos usuários habilitados, os quais possuem formato pdf e são adstritos aos supostos beneficiários. Ademais, consabido que arquivos “zipados” congregam pluralidade de documentos”, diz o inquérito da PF.
A conclusão do relatório é que os servidores utilizaram de suas funções e “agiram como prepostos das associações, atuando em substituição às pessoas devidamente habilitadas para o exercício da função”. Eles já haviam sido alvos de investigações da PF em 23 de abril, quando tiveram celulares, HDs e documentos apreendidos.