O Papa Leão XIV realizou um apelo, nesta quarta-feira (21), pela entrada de “ajuda humanitária digna” na Faixa de Gaza conforme as operações do exército de Israel no enclave se intensificam.
“Renovo meu apelo para que seja permitida a entrada de uma ajuda humanitária justa e para que se ponha fim às hostilidades, cujo alto preço é pago por crianças, idosos e doentes”, disse o pontífice durante sua audiência geral semanal na Praça de São Pedro.
A fala do Santo Padre coincide com as denúncias feitas pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) contra Israel, que acusou o país de permitir a entrada de uma ajuda “ridiculamente insuficiente”, como forma de evitar críticas e acusações da mídia internacional de estar matando as pessoas na Faixa de Gaza de fome.
Na terça-feira (20), a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou ter recebido a autorização do governo de Benjamin Netanyahu para que 100 caminhões com suprimentos entrassem no enclave, algo que o MSF classificou como uma “cortina de fumaça”. Além disso, a entrada dos recursos em território palestino não é encarada com certeza.
A ONU também disse que nenhuma assistência foi distribuída dentro de Gaza até o início desta quarta-feira, o que contradiz as medidas das Forças de Defesa de Israel, que afirmaram ter colocado um fim ao bloqueio de 11 semanas no enclave.
O diretor de ajuda humanitária do órgão, Tom Fletcher, disse temer que 14 mil bebês morram nas próximas horas, e pontuou que o abastecimento do enclave está cada vez mais escasso. Ele também disse ao jornal britânico BBC que a entrada de 100 caminhões é como uma “gota no oceano”.
Durante sua primeira missa dominical, realizada no dia 11 de maio, três dias após sua eleição, o Papa Leão XIV já havia se declarado “profundamente entristecido pelo que acontece na Faixa de Gaza”, e apelou por um esforço conjunto das grandes nações para um cessar-fogo imediato.
Alexandre Mansano (sob supervisão de Júlia Alves)