A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o surto de antraz na República Democrática do Congo, após a confirmação de uma morte e pelo menos 16 casos suspeitos. A doença, que atinge principalmente animais, pode ser transmitida a humanos por meio do contato com animais ou produtos contaminados. Os casos foram identificados na província de Kivu do Norte, próxima à fronteira com Uganda, onde também há registros da infecção. A situação preocupa autoridades sanitárias devido ao potencial de disseminação em áreas instáveis.
Segundo o alerta da OMS, os surtos ocorrem em uma região marcada por conflitos armados entre tropas do governo e rebeldes do movimento M23, o que dificulta o controle da doença. Em resposta, a agência da ONU e o Ministério da Saúde congolês estão intensificando ações de vigilância, vacinação de rebanhos e distribuição de medicamentos. A prioridade é conter a transmissão entre animais e humanos e evitar novos casos nos dois lados da fronteira.
O antraz pode se manifestar de forma cutânea, gastrointestinal ou pulmonar, todas exigindo tratamento hospitalar imediato. A OMS destaca que a forma mais comum é a cutânea, mas alerta para a gravidade da forma respiratória, mais rara e letal. Apesar de tratável com antibióticos e de existir vacina, o acesso a esses recursos ainda é limitado na região. O surto foi detectado inicialmente em março, quando dezenas de búfalos e hipopótamos foram encontrados mortos no Parque Nacional de Virunga.
