O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nessa quarta-feira (3) durante um evento ter conversado com Donald Trump há uns 10 dias. O líder chavista não quis dar detalhes da conversa, mas disse que ela foi respeitosa e cordial.
“Essa ligação significa que estamos caminhando para um diálogo respeitoso entre os Estados, então seja bem-vindo o diálogo, seja bem-vinda a diplomacia, porque sempre buscaremos a paz”.
A realização da conversa já havia sido confirmada por Trump no último domingo (30). Entretanto, assim como o venezuelano, o chefe da Casa Branca não revelou mais detalhes sobre a discussão.
“Não quero comentar sobre isso. A resposta é sim”, disse o republicano ao ser perguntado se havia falado com Maduro. Ele conversou com repórteres a bordo do avião presidencial Air Force One. “Não diria que foi boa nem ruim. Foi uma ligação telefônica”, completou.
Segundo a agência de notícias Reuters, na conversa, Maduro teria dito a Trump que estava disposto a deixar a Venezuela se ele e sua família recebessem anistia legal completa, incluindo a remoção das sanções americanas e o fim de uma ação no Tribunal Penal Internacional.
O ditador venezuelano é apontado pelo governo de Donald Trump como líder do cartel de narcotraficantes de “Los Soles”, classificado pela Casa Branca como grupo terrorista estrangeiro.
De acordo com informações do jornal norte-americano The New York Times, a conversa aconteceu dias antes da decisão do governo dos Estados Unidos em classificar o Cartel de Los Soles como organização terrorista entrar em vigor.
Além disso, o diálogo entre os dois líderes veio à tona em meio à escalada da tensão entre os dois países, principalmente após os ataques dos EUA contra embarcações no Caribe e no Mar do Pacífico. A Casa Branca justifica as ofensivas alegando que os barcos de origem venezuelana eram supostamente utilizados para transportar drogas ilegais responsáveis pelas mortes de cidadãos norte-americanos.