O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vai desafiar o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), que o condenou por crimes de guerra em 21/11/2024, viajando à Hungria, nesta quarta-feira à noite, convidado pelo primeiro-ministro Viktor Orbán.
A Hungria, onde Netanyahu deverá permanecer até a tarde de domingo, e os países europeus que seu avião sobrevoar, na ida e na volta, são obrigados a prendê-lo, segundo o Escritório do Promotor do TPI, que já pediu uma investigação sobre a violação húngara do “Estatuto de Roma”.
O primeiro-ministro Orbán tinha prometido que não respeitaria o mandado do TPI, na época em que ele foi emitido. O porta-voz da Política Externa e Segurança da União Europeia, Anouar El-Anouni, reforçou, em declaração à imprensa, que os países europeus, entre eles a Hungria, devem “respeitar a independência e a imparcialidade do tribunal”.
Netanyahu tem encontros marcados, em Budapeste, com o chanceler, o ministro da Defesa e o presidente Tamás Sulyok, além de Orbán, que verá mais de uma vez. O jornal húngaro Magyar Nemzet publicou que um dos temas dos encontros será a possível transferência da embaixada da Hungria de Tel Aviv para Jerusalém, o que também vai contra a política da União Europeia e não justificaria o risco da viagem e nem o afastamento de Israel, no momento em que as tropas israelenses ampliam a invasão em Gaza e dois de seus seniores assessores estão detidos pelo Catergate.
O porta-voz do governo húngaro, Zoltán Kovács, disse ao jornal israelense Haaretz que “os dois países estão trabalhando em conjunto nas áreas de investimento e economia, política de defesa, e assim por diante”. Ele se recusou a entrar em detalhes sobre os temas da agenda. O que só aumenta o mistério em Israel, cujos líderes têm sempre uma agenda secreta em suas viagens internacionais.
