O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou nesta terça-feira (7) que a guerra travada por Israel contra o Hamas é “pela própria existência e pelo futuro do país”. A declaração foi feita em um discurso que marcou dois anos desde os ataques liderados pelo grupo palestino em 7 de outubro de 2023, episódio que desencadeou o conflito atual na Faixa de Gaza.
Durante a fala, Netanyahu prometeu “garantir a eternidade de Israel” e reforçou que continua empenhado em atingir “todos os objetivos de guerra”, o que inclui a devolução dos reféns e o fim do domínio do Hamas. O premiê declarou ainda que quem “levantar a mão contra Israel sofrerá golpes de nocaute sem precedentes”, em referência às ações militares em curso.
“Dois anos se passaram desde o ataque de 7 de outubro, o massacre horrível de nossos irmãos e irmãs, moradores do oeste do Negev e participantes do festival Nova”, afirmou Netanyahu. “Pagamos um preço terrivelmente doloroso. Bebês, crianças, adultos e idosos foram brutalmente assassinados por terroristas do Hamas de forma chocante”, acrescentou.
Em seu pronunciamento, o líder israelense também prestou solidariedade às famílias das vítimas e dos reféns. “Abraçamos com amor as famílias enlutadas, desejamos plena recuperação aos feridos no corpo e no espírito e continuamos a agir por todos os meios para devolver todos os reféns, tanto os vivos quanto os mortos”, disse.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do grupo radical palestino lançaram um ataque surpresa, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 251 reféns. Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva com bombardeios e operações terrestres na Faixa de Gaza, com o objetivo de enfraquecer o grupo e resgatar os sequestrados.
Desde então, o conflito devastou o território palestino. Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), cerca de 1,9 milhão de pessoas, mais de 80% da população de Gaza, foram deslocadas. O Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, afirma que pelo menos 67 mil palestinos foram mortos, mais da metade mulheres e crianças. Israel, por sua vez, estima que 20 mil desses mortos eram combatentes do grupo.
Netanyahu reforçou que o país continuará agindo “para alcançar todos os objetivos de guerra”, que incluem eliminar o domínio do Hamas e garantir que Gaza “não volte a representar uma ameaça”. Parte dos reféns foi libertada em dois acordos de cessar-fogo, enquanto outros foram recuperados em operações militares. Autoridades israelenses acreditam que cerca de 50 pessoas ainda estejam mantidas em cativeiro, sendo que aproximadamente 20 delas estariam vivas.
A situação humanitária em Gaza segue crítica, com escassez de alimentos e relatos diários de mortes por inanição. Israel afirma que o conflito pode ser encerrado assim que o Hamas se render, enquanto o grupo exige melhorias nas condições de vida na região antes de aceitar qualquer acordo.
Em entrevista à Euronews, Netanyahu declarou que “o regime do Hamas tem de acabar” e demonstrou otimismo em relação ao plano de cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos. Segundo ele, o acordo pode representar “o início do fim da guerra” caso o Hamas aceite libertar todos os reféns. “Se o grupo recusar, Israel atuará com força total, com o apoio dos Estados Unidos”, afirmou.
Netanyahu reiterou que, após o fim do conflito, Gaza deverá ser administrada por palestinos “que desejem viver pacificamente com Israel” e não por integrantes do Hamas. O primeiro-ministro também defendeu que o território seja “desmilitarizado e desradicalizado”, comparando o processo à reconstrução da Alemanha e do Japão após a Segunda Guerra Mundial.
O líder israelense concluiu que o país seguirá “lutando pela própria sobrevivência” e destacou o papel das forças de defesa de Israel na contenção de ameaças regionais. “Estamos a travar uma batalha para impedir que os bárbaros invadam a Europa e destruam o mundo livre. Ao defender-nos, estamos também a defender toda a civilização livre”, disse Netanyahu.