A Ucrânia e a Rússia realizaram uma nova rodada de negociações em Istambul, na Turquia, com o objetivo de discutir avanços rumo à paz. O encontro resultou em um acordo para a troca de prisioneiros de guerra e a devolução dos corpos de 12 mil soldados mortos. Apesar disso, não houve progresso nas tratativas para encerrar o conflito. A delegação ucraniana apresentou três condições principais: um cessar-fogo incondicional de 30 dias, a libertação total dos prisioneiros e o retorno das crianças deportadas à Rússia, além de propor um encontro direto entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.
O ambiente das negociações foi impactado por uma escalada militar no fim de semana. Em um dos maiores ataques com drones desde o início da guerra, a Rússia lançou 472 drones e sete mísseis contra a Ucrânia. Horas depois, a resposta ucraniana veio com a destruição de 41 aviões russos, em sua maioria estacionados na Sibéria. A operação, batizada de “Teia de Aranha”, foi planejada por mais de um ano e conseguiu atravessar as fronteiras russas utilizando caminhões com drones escondidos em contêineres.
Durante entrevista à BandNews TV, o professor de Relações Internacionais José Niemeyer avaliou que, apesar da resistência ucraniana e do apoio de países da OTAN, como os Estados Unidos, ainda é difícil vislumbrar um fim próximo para o conflito. Segundo ele, o presidente russo Vladimir Putin mantém quatro objetivos estratégicos na guerra: a anexação de 20% do território ucraniano, a manutenção da Crimeia, impedir a entrada da Ucrânia na OTAN e provocar uma fragmentação da aliança atlântica. Para Niemeyer, o impasse permanece, e os sinais atuais indicam uma prolongada estagnação do conflito, com possíveis pausas pontuais por meio de cessar-fogos temporários.
