O Ministério Público Eleitoral de São Paulo apresentou nesta sexta-feira (30), uma denúncia contra Pablo Marçal por envolvimento na divulgação de um laudo médico falso que associava Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas e a um suposto surto psicótico. A peça foi protocolada nesta semana pela promotora Iane do Lago Nogueira Cavalcante Reis e inclui outras duas acusações de difamação contra o deputado federal.
O episódio ocorreu em 4 de outubro de 2024, véspera do primeiro turno da eleição municipal. Na ocasião, um documento falso foi publicado no perfil de Marçal no Instagram. O texto, com aparência de laudo médico, indicava que Boulos havia testado positivo para cocaína e deveria ser internado com urgência. Segundo o MP, o material foi elaborado por Luiz Teixeira da Silva Júnior, biomédico, em papel timbrado da própria clínica. A publicação teria sido feita por Tassio Renam Souza Botelho, advogado, com a anuência de Marçal. Os três foram denunciados.
Além do caso do atestado, a promotoria menciona declarações públicas feitas por Marçal em 8 de agosto do mesmo ano. Na data, o ex-candidato sugeriu nas redes sociais que Boulos era usuário de entorpecentes. Horas depois, após participar de um debate, voltou a acusar o adversário, referindo-se a ele como “cheirador de cocaína” em entrevista a jornalistas. Segundo a denúncia, as falas tiveram o objetivo de atingir a reputação oponente.
Os fatos ocorreram durante a campanha eleitoral em que Ricardo Nunes (MDB) foi reeleito prefeito da capital paulista. No segundo turno, Nunes obteve 59,35% dos votos válidos, contra 40,65% recebidos por Boulos.
As defesas dos denunciados não se manifestaram. Por meio de sua assessoria, Boulos afirmou que Marçal “precisa responder pelos crimes que cometeu”.
Laura Basílio sob supervisão de Denise Bonfim.
