O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (21) a abertura de uma ação para investigar operações financeiras com o possível uso de informações privilegiadas. As movimentações suspeitas ocorreram em 9 de julho, mesmo dia do anúncio da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No documento, Moraes cita uma petição da Advocacia-Geral da União (AGU) que apontou indícios de que transações atípicas e em volume significativo de dólares teriam sido realizadas horas antes do anúncio oficial. Segundo a AGU, as movimentações cambiais podem sugerir que investidores tiveram acesso prévio e indevido a informações sensíveis sobre o tarifaço – o que caracteriza crime. A Procuradoria-Geral da República será acionada para iniciar a investigação do caso.
No dia 9 de julho, a cotação do dólar saltou de R$ 5,46 para R$ 5,60 logo após a publicação da carta anunciando as tarifas contra o Brasil. Porém, poucas horas antes, um agente financeiro comprou entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões de dólares. Esse valor concentrado e acima da média foi vendido pela nova cotação no mesmo dia, gerando um lucro que pode ter chegado a 50% do valor investido.