A escalada de Israel já proíbe 60% de Gaza aos gazenses, e vai continuar enquanto os 59 reféns, entre eles 35 mortos, não forem devolvidos — explicou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em mensagem de vídeo.
Desde que Israel rompeu o cessar-fogo, em 18 de março, pelo menos 1.042 palestinos foram mortos, além dos mais dos 50 mil em 18 meses de guerra, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que não distingue civis de combatentes.
Como descreveu Netanyahu: “Agora estamos cortando Gaza ao meio, e aumentando a pressão passo a passo… para que eles nos deem nossos reféns. Quanto mais eles se recusarem, mais a pressão aumentará, até que o façam”.
Os bombardeios desta quarta-feira atingiram 50 locais suspeitos do Hamas, entre eles uma clínica da ONU, no campo de refugiados de Jabalya, e um centro de comando que funcionava em um hospital. Mais de 140 mil palestinos foram deslocados de novo das casas que estavam reconstruindo durante o cessar-fogo de 19 de janeiro.
As Nações Unidas informaram que 1.060 profissionais de saúde foram mortos em 18 meses, sem contar 15 deles do Crescente Vermelho e da Defesa Civil Palestina, desenterrados nesta semana de uma vala comum ao sul da Faixa de Gaza. “Eles foram mortos pelas forças israelenses enquanto tentavam salvar vidas” – declarou o chefe de ajuda da ONU, Tom Fletcher.
O Fórum de Reféns e Desaparecidos denunciou a escalada em Gaza: “Famílias ficaram horrorizadas ao acordar esta manhã com o anúncio do ministro da Defesa de que a operação militar em Gaza seria expandida para ‘capturar um vasto território’. Foi decidido sacrificar os reféns em prol de ganhos territoriais? ” E acrescentou: “Em vez de garantir a libertação dos reféns por meio de um acordo e encerrar a guerra, o governo israelense está enviando mais soldados para Gaza, onde lutam onde as batalhas já ocorreram repetidamente”.
As negociações continuam abertas, em Doha, no Catar, sob o fogo em Gaza, mas o impasse continua inalterado: o Hamas oferece cinco reféns vivos em troca de 50 dias de cessar-fogo; Israel quer 11. O Hamas quer o fim da guerra; e Israel, o fim do Hamas.
A guerra em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, depois que o Hamas invadiu o sul-israelense e matou 1.200 pessoas, capturando 250 reféns, dos quais restam 59 – 24 vivos, 35 mortos. O cessar-fogo de três fases, de 19 de janeiro, foi violado por Israel, em 18 de março, porque o primeiro-ministro Netanyahu não concordou em retirar suas tropas de Gaza, e perpetuar o cessar-fogo, em troca de todos os reféns de volta, como previa a implementação da segunda fase do acordo (a terceira tratava da reconstrução de Gaza, em ruínas).