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Moisés Rabinovici: Surgiu uma chance de paz para Israel e o Hamas

Grupo libertará dez reféns em troca de prisioneiros palestinos e cessar-fogo; armas ficarão sob custódia do Egito
Reprodução: BandNews TV

O Hamas vai se tornar um partido político e abandonar suas armas, que ficarão guardadas sob responsabilidade do Egito, e agora, também, está aceitando um acordo parcial com Israel, pelo qual dez reféns serão libertados em troca de prisioneiros palestinos e algumas semanas de cessar-fogo. A revelação foi feita por fonte palestina a jornais israelenses.

O acordo parcial, e não o fim da guerra, era o que exigia o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, deixando aberta a porta para o reinício dos combates. É por isso que o Hamas não o aceitava. Se o aceita agora é porque os Estados Unidos, com a libertação do refém americano-israelense, nesta segunda-feira, devem dar garantias para o fim dos combates.

Não está claro se Israel já concordou com o projeto do cessar-fogo, apresentado pelo enviado especial da Casa Branca ao Oriente Médio, Steve Witkoff. Mas Netanyahu aceitou enviar nesta terça-feira uma delegação a Doha, no Catar, depois de uma reunião, pela manhã, em Jerusalém, com Steve Witkoff e o embaixador americano em Israel, Mike Huckabee. A proposta à mesa dos negociadores vale até a saída de Trump de sua visita ao Oriente Médio, na sexta-feira.

Uma declaração de Trump, no domingo, ganhou nova importância, e não só porque foi a primeira vez que ele a proferiu. Vamos “acabar com essa guerra brutal”. Ele acrescentou a esperança por “um novo dia de celebração”. Será difícil para Netanyahu recusar os termos de um plano que ele próprio já aceitara antes. Mais difícil, ainda, é se opor a seu maior aliado e fornecedor de armas, os Estados Unidos.

Durante a reunião com Witkoff e Huckabee, Netanyahu falou por telefone com Trump, já voando para sua primeira visita ao Oriente Médio, sem escala em Tel-Aviv. Ouviu que ele quer manter “a estreita colaboração com Israel”. Agradeceu-lhe a libertação do ex-refém americano-israelense Edan Alexander que, se tiver em boas condições de saúde, voará à Arábia Saudita para abraçar Trump.

Netanyahu visitou feridos de guerra na noite de segunda-feira. A eles, disse: “Dentro de alguns dias, vocês verão coisas acontecendo em Gaza. Coisas que vocês nunca viram antes”. Uma hora e meia depois, ao terminar a visita, ele declarou: “Temos uma chance para o retorno dos reféns. Se esses esforços não derem resultado, a luta vai ser intensa, e até o fim”.

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