Israel pune Gaza por acordo
Corte de eletricidade em Gaza, neste domingo, e de água, a seguir: assim o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pressiona o Hamas a libertar 59 reféns, vivos e mortos, metade no início de uma extensão do cessar-fogo e o restante no final, em abril, depois do mês sagrado do Ramadã e do Pessach, a Páscoa judaica. A primeira punição por um acordo, desde que sob seus termos, foi o corte da entrada de ajuda humanitária a Gaza, na semana passada.
O Hamas quer a execução do acordo que assinou com Israel, sob a mediação dos EUA, Egito e Catar: libertação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinos, a retirada total das forças israelenses de Gaza e a proclamação do fim da guerra de 15 meses e 48 mil mortos.
Enquanto perdura o impasse, porque Israel não quer o fim da guerra, na qual espera dizimar a liderança militar palestina, os Estados Unidos surpreenderam o governo israelense partindo para negociações diretas com o Hamas, a primeira em mais de 20 anos. O encontro produziu um resultado “positivo”, o que enfureceu o primeiro-ministro Netanyahu, posto de lado como o presidente Volodymir Zelensky nas tratativas para a paz na Ucrânia com o invasor Vladimir Putin, da Rússia. Uma equipe israelense vai para o Catar para uma rodada de negociações.
O ministro da Energia israelense, Eli Cohen, mandou a Israel Electric Corporation cortar, imediatamente, no domingo, todo o fornecimento de eletricidade para Gaza. Alguns hospitais têm geradores. Mas a população, cerca de 2 milhões, em tendas no deserto, vai sofrer.
“Empregaremos todas as ferramentas disponíveis para que todos os reféns retornem, e garantiremos que o Hamas não estará em Gaza no dia seguinte”, ameaçou o ministro Cohen por vídeo. Hoje, o jornal Haaretz publicou um artigo em que diz que o primeiro-ministro Netanyahu “voltou embriagado de sua viagem a Washington, convencido de que controla o presidente Donald Trump”. Mas não: os contatos diretos entre o enviado da Casa Branca, Adam Boehler, e líderes do Hamas, o trouxeram à realidade. Os Estados Unidos, em princípio, estariam negociando a libertação de cinco reféns americanos, quatro mortos e um vivo, Edan Alexander, mas o escopo teria sido ampliado para todos os reféns.
O jornalista israelense Barak Ravid, o primeiro a noticiar os contatos diretos dos EUA e o Hamas, conta que Netanyahu não tem a importância que se atribui em Washington: “o governo americano tem seus próprios objetivos — libertar os reféns, acabar com a guerra em Gaza e promover a paz regional —, e os alcançará por qualquer meio”, segundo o jornal Haaretz.
O enviado especial de Trump ao Oriente Médio, Steve Witkoff, deve voltar esta semana a Jerusalém, Doha e Cairo, talvez Riad, para retomar as negociações, que dependeriam de “detalhes finais”. Israel está pressionando o Hamas com os cortes de luz e ajuda humanitária para se antecipar a um possível acordo entre os EUA e o Hamas que lhe seria imposto pelo presidente Trump.
Em 31 de março, o Parlamento israelense terá que aprovar o orçamento. Um ministro e um deputado da coligação governamental anunciaram que votarão contra, sintoma de uma hemorragia à direita. O veto ao orçamento derruba primeiros-ministros em Israel. Netanyahu tem multiplicado promessas aos partidos: conquista de Gaza, ataque ao Irã nuclear, deposição do procurador-geral Gali Baharav-Miara, e do chefe do Shin Bet, o serviço secreto interno, Ronen Bar. Mas haverá muita barganha até o final do mês.
Melhores hospitais do mundo
A revista Newsweek publica a lista dos 250 melhores hospitais do mundo, entre 2.400 examinados. Os brasileiros entram com sete:
Einstein (em 22º lugar);
Sírio Libanês (83º);
Hospital Alemão Oswaldo Cruz (115º);
Moinhos de Vento, em Porto Alegra (127º);
Santa Catarina (165º);
Hospital do Coração (202º); e
Hospital das Clínicas (210º).
Em 1º lugar, a Mayo Clinic Rochester, em Minnesota,
EUA;
Em 2º, Cleveland Clinic, em Ohio, EUA;
3º: Toronto General, em Toronto, no Canadá;
4º: The Johns Hopkins Hospital, Baltimore, Maryland, EUA
E em quinto lugar, Karolinska Universitetssjukhuset, em Estocolmo, na Suécia.
Em 2026, segundo a revista Newsweek e a plataforma global de dados Statista, haverá, no mundo, 215.977 hospitais.
*Esse texto não reflete necessariamente a opinião da BandNews TV