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Ministro do Japão renuncia após dizer que recebe arroz de graça

Japão enfrenta crise histórica em aumentos expressivos de alimentos principalmente no arroz chegando a ¥ 4.268 ienes (US$ 29)

O ministro da Agricultura do Japão, Taku Etō, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (21) após causar indignação pública ao afirmar que nunca precisou comprar arroz, pois recebe o alimento de apoiadores. A declaração ocorreu em meio a uma crise de custo de vida, marcada pelo aumento expressivo no preço dos alimentos no país, especialmente do arroz.

A polêmica iniciou no último fim de semana, durante um evento beneficente, quando Etō declarou: “Nunca comprei arroz. Meus apoiadores doam tanto que praticamente posso vendê-lo”. O comentário foi recebido com revolta por consumidores que enfrentam alta histórica nos preços. Um saco de 5 kg de arroz, que custava cerca da metade no ano passado, chegou a ¥ 4.268 ienes (US$ 29) na semana encerrada em 11 de maio, de acordo com dados oficiais.

“Mais uma vez, peço desculpas às pessoas por fazer comentários extremamente inapropriados como ministro, enquanto elas estão lutando contra o aumento dos preços do arroz”, disse Etō em sua despedida.

Escassez e crise política

A atual crise no fornecimento de arroz tem múltiplas causas. O Japão sofreu colheitas ruins em 2023 devido ao clima atipicamente quente, além de uma onda de compras por pânico após alerta de um possível “megaterremoto” em 2024. Atacadistas também são acusados de estocar excesso do grão, prevendo novas quebras de safra.

Em uma medida emergencial e inédita, o Japão importou arroz da Coreia do Sul em abril, pela primeira vez em 25 anos, numa tentativa de conter a crescente insatisfação popular.

Etō será substituído por Shinjirō Koizumi, ex-ministro do Meio Ambiente e nome de destaque dentro do Partido Liberal Democrata (LDP). Koizumi já havia disputado a liderança do partido contra Ishiba no ano passado, sem sucesso.

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