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Ministro da CGU fornece detalhes sobre esquema de fraudes no INSS

Vinicius Carvalho explicou que a maioria dos beneficiados não estavam cientes sobre o esquema, e não haviam autorizado descontos
Reprodução: BandNews TV

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (23), o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho, forneceu detalhes sobre a operação Sem Desconto, que mira irregularidades relacionadas a descontos de mensalidades associativas em benefícios previdenciários concedidos pelo INSS.

O ministro destacou que mais de 6 milhões de pessoas são descontadas mensalmente do seu salário de aposentadoria por conta de descontos associativos, e explicou como a apuração conjunta da CGU com a Polícia Federal revelou o processo fraudulento.

“Nós (CGU e Polícia Federal) apuramos que muitas das pessoas beneficiadas não autorizaram os descontos, que eram em grande maioria fraudados com falsificação de assinaturas e outros artifícios usados para simular a manifestação de vontade destas pessoas”, comentou Vinicius Carvalho.

Segundo ele, os descontos ocorrem desde 2023, e reforçou a importância de beneficiados estarem cientes das reduções nos salários de aposentadoria e pensionistas. Além disso, Carvalho comentou que muitos favorecidos só descobriram sobre a fraude no momento da entrevista.

Detalhes da operação

Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU estão cumprindo 211 mandados judiciais de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão. Também foram expedidos seis mandados de prisão temporária em diversas regiões do país, incluindo o Distrito Federal e os estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Até o momento, seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

As investigações revelaram irregularidades relacionadas a descontos de mensalidades associativas em benefícios previdenciários — especialmente aposentadorias e pensões — concedidos pelo INSS. Estima-se que, entre 2019 e 2024, as entidades envolvidas tenham arrecadado cerca de R$ 6,3 bilhões por meio dessas cobranças.

Os investigados poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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