O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (19) e também abriu um prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestem por escrito sobre as acusações.
No documento, o ex-ajudante de ordens revela o que afirma, entre outros detalhes, que o ex-ministro Fábio Wajngarten tentouo contato com ele para saber detalhes da delação.
Cid também afirmou que Bolsonaro era diretamente responsável pelo encaminhamento e publicação de mensagens que colocavam as urnas em dúvida, e que repassou R$ 86 mil ao ex-presidente. As vacinas também foram mencionadas. O militar revelou que Bolsonaro deu ordem para que o seu cartão de vacina e o de sua filha mais nova, Laura Bolsonaro, fossem fraudados.
A denúncia da PGR foi apresentada na terça-feira (18) e inclui os nomes de envolvidos no esquema golpista. Com a decisão, os depoimentos de Mauro Cid, que foi colaborador no processo, devem ser tornados públicos.
Além de derrubar o sigilo da delação, Moraes estabeleceu um prazo para que os denunciados apresentem suas defesas, um passo importante no andamento do processo que segue sendo investigado pelo STF.