O repórter Túlio Amâncio conversou nesta quinta-feira (17) com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para repercutir o que o governo brasileiro está fazendo para tentar frear a taxação de 50% dos Estados Unidos.
Durante a entrevista, o Ministro Mauro Vieira reafirmou que não há canais diplomáticos fechados entre Brasil e EUA, apesar da falta de resposta à carta enviada pelo governo brasileiro há dois meses. Ele destacou que o diálogo tem sido constante e discreto, com onze encontros já realizados entre equipes técnicas e altas autoridades de ambos os países, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Fernando Haddad.
Vieira desmentiu a ideia de que a taxação esteja relacionada aos BRICS ou ao uso de moedas comuns, o que nunca foi pauta, enfatizando que o bloco não é uma aliança contra o Ocidente, mas sim a favor do desenvolvimento dos países do Sul Global. Ele classificou as declarações sobre o tema como “inaceitáveis” e ressaltou que a diplomacia brasileira trabalha para mostrar que as alegações de superávit comercial do Brasil com os EUA são falsas, com um déficit brasileiro de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.
Questionado sobre a necessidade de um encontro direto entre os presidentes Lula e Trump, o ministro Mauro Vieira foi enfático: “Não há nenhuma necessidade de encontro direto dos presidentes da República se encontrarem para assinar acordos”. Ele reforçou que os contatos com funcionários de alto nível dos EUA e do Brasil, como o vice-presidente, são extremamente eficientes para a apresentação e discussão dos argumentos.
Confira a entrevista na íntegra: